//Governo finlandês vai dar garantia de 600 milhões à Finnair

Governo finlandês vai dar garantia de 600 milhões à Finnair

Com o negócio da aviação em queda livre no mundo inteiro por causa da crise do novo coronavírus, alguns já tomam medidas para salvar companhias de bandeira. É o caso da Finlândia, que já aprovou uma garantia estatal de 600 milhões de euros para a companhia aérea Finnair.

Detida em 56% pelo Estado, a empresa vai beneficiar deste apoio extraordinário depois de o governo de Helsínquia ter declarado ser uma prioridade “enquanto acionista responsável” avançar com soluções que permitam segurar a Finnair, explicou a ministra responsável pelas participações estatais, Tytti Tuppurainen, citada pela publicação especializada Flight Global.

“Temos de fazer tudo para garantir que a operação da Finnair se mantém viva”, sublinhou a governante.

Com mais de 90% dos aviões parados em todo o mundo, também a Lufthansa já admitira que a aviação vai precisar de um apoio extraordinário para recuperar daquela que o CEO da TAP, Antonoaldo Neves, considerou ser a pior crise de sempre. “Se a crise durar o futuro da aviação vai depender das ajudas públicas”, sublinhou Carsten Spohr, presidente da companhia alemã. De acordo com a IATA, serão precisos mais de 180 mil milhões de euros em apoios para a indústria sobreviver (leia mais aqui).

Com a operação reduzida a 15 voos, também a TAP prevê um futuro negro. “O contágio vai durar muitos anos”, admitiu o CEO, Antonoaldo Neves, numa comunicação aos trabalhadores em que garante o empenho de todos em voltar a levantar a companhia aérea portuguesa. Mas à boa vontade terão de ser adicionadas medidas, que passarão também pelo acionista Estado.

Quanto à Finnair, a medida precisa ainda de aprovação parlamentar, mas o governo finlandês tem sublinhado a necessidade de “manter as rotas de conexão e abastecimento de cargas, bem como o tráfego de passageiros, dada a importância económica da Finnair para o país”.

Com os impactos do novo coronavírus e das medidas desenhadas para conter o contágio a afetar brutalmente a aviação mundial, a indústria está a viver a pior crise da sua história, sendo já estimadas pela IATA (associação do setor) perdas de receitas superiores a 100 mil milhões de euros – o equivalente a cerca de metade do PIB português.

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Com as fronteiras fechadas em cada vez mais países, a maioria das companhias foi obrigada a tomar medidas drásticas para reduzir custos, incluindo despedimentos em massa, como a própria Finnair estava a preparar-se para fazer, afetando mais de 6 mil pessoas ainda que temporariamente (a ideia seria que deixassem de ter vínculo durante um par de meses).

Depois de uma paragem quase total de dois a três meses, a recuperação nunca poderá ser rápida e recorrer a injeções de capital extraordinárias e/ou crédito com garantias estatais será uma inevitabilidade, mesmo para as que tinham maior solidez. Mas mesmo neste momento, sem receitas, a fatura de salários, manutenção, compra de aeronaves, etc. continua a ser monstruosa, pelo que o governo finlandês decidiu atuar de imediato.

Para tentar minimizar os efeitos para as empresas de aviação, a braços com milhares de cancelamentos, o Conselho Europeu já propôs também uma suspensão temporária das exigências inerentes às faixas horárias (slots) que obrigam as companhias aéreas a cumprir pelo menos 80% dos seus slots de descolagem e aterragem para que, no ano seguinte, possam continuar a tê-los. Mas é manifestamente pouco.

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