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Há mais de cem anos que a gráfica Jorge Fernandes está dedicada às impressões em papel para grandes formatos. A partir da Charneca da Caparica, a empresa dispõe de equipamento preparado para responder a tiragens muito grandes – a impressão de revistas é um desses exemplos.
Mas, no último ano, surgiu a oportunidade de acrescentar mercado em Portugal. Para isso, a empresa familiar entrou em contacto com a tecnológica The Loop.
A gráfica Jorge Fernandes ganhou um novo negócio e virou-se para o digital. Através de uma página na internet, a OK Print é uma gráfica online com entregas para Portugal, Espanha e França no prazo de 48 a 72 horas. As encomendas arrancaram em setembro.
“O negócio tradicional está muito centrado nas grandes empresas, com tiragens muito grandes. Com o online, temos pequenas encomendas mas conseguimos agregar os pedidos e ter o mesmo trabalho, reduzindo o desperdício de meios”, destaca ao Dinheiro Vivo o gestor de projeto da Ok Print, Ivo Gonçalves.
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Artigos publicitários, vinis, cartazes, cartões e convites, etiquetas, material de escritório, expositores, placas e lonas são as categorias de produtos que podem ser pedidos através da plataforma.
A aposta numa marca própria para o mundo digital “não foi um movimento repentino”, salienta o responsável. Desde há seis anos que dois dos clientes da gráfica “são duas das maiores plataformas online da Europa e cresceram muito connosco”.
Para Ivo Gonçalves, “isso fez-nos crescer o bichinho por projetos mais pequenos e que acabam por desenvolver-se”. Quando a covid-19 chegou à Europa e a produção caiu, abriu-se espaço para explorar novos negócios e rentabilizar a capacidade de produção.
A gráfica, com uma equipa de liderança formada em gestão e marketing, procurou um parceiro tecnológico para o projeto e a solução veio de Coimbra, da empresa The Loop. “Eles estavam a pensar num projeto de impressão online. Fomos postos em contacto e depois conhecemo-nos”, recorda o líder da tecnológica portuguesa, Ricardo Morgado.
A The Loop já tinha identificado a impressão digital como “um dos mercados com grande potencial de crescimento”. A empresa de Coimbra, além do desenvolvimento de soluções de economia circular (Book in Loop e Baby in Loop, por exemplo), também conta com uma equipa dedicada à área tecnológica. A plataforma de bilhetes para espetáculos Ticketline é uma das clientes nesta área.
Até chegarem ao produto final, The Loop e OK Print tiveram de trabalhar em algumas especificidades do negócio. “Há milhões de combinações que o cliente pode escolher antes da ordem de encomenda, desde o tipo de impressão ao tipo de acabamento”, refere Ivo Gonçalves. O processo “foi um pouco moroso”, mas o resultado final “vale a pena”.
Para já, a gráfica está em fase de aprendizagem do novo negócio. Se tudo correr bem, será possível tirar partido das máquinas de impressão da Charneca da Caparica e aumentar a capacidade de trabalho no Seixal, onde atualmente só existe um turno.
Depois de ter faturado cerca de cinco milhões de euros no ano passado, a gráfica admite reforçar a equipa ao longo deste ano, porque a comunicação com o cliente “será um dos grandes focos de diferenciação” face à concorrência.
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