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A Greenvolt fechou o ano de 2021 com um resultado líquido ajustado atribuível de 11,9 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento homólogo de 3% face a 2020, foi esta quarta-feira anunciado. O aumento das receitas e a aposta na captação de projetos renováveis, sobretudo de energia solar, explicam subida do lucro da holding do grupo Altri para o setor das energias renováveis,
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De acordo com os dados veiculados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Greenvolt registou um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) de 61,6 milhões de euros, mais 87% face ao período homólogo. No entanto, se todas as aquisições da empresa tivessem sido concretizadas a 1 de janeiro de 2021, o EBITDA seria de 75 milhões.
As receitas da empresa liderada por João Manso Neto atingiram os 141,5 milhões de euros, o que se traduz num crescimento homólogo de 57%, “com o segmento da biomassa residual a dar o maior contributo dada a maturidade deste negócio”. O segmento de biomassa residual, que inclui cinco centrais (100 MW) em Portugal e uma no Reino Unido (42 MW), registou receitas totais de 131,4 milhões de euros (+46%).
Para Manso Neto, o desempenho da empresa, no último ano, foi “francamente positivo”. “Desempenho este que, para além das variáveis exógenas do mercado, muito ficou a dever às nossas capacidades de acrescentar valor, nomeadamente nas centrais de biomassa residual que operamos”, lê-se na mensagem do CEO que acompanha as contas da energética.
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Em 2021, a Greenvolt passou a cotar na Bolsa de Valores de Lisboa, integrando o PSI 20, e viu crescer a carteira de projetos de desenvolvimento em energia eólica, solar fotovoltaica e em biomassa. A par disso, a empresa assumiu uma estratégia de aquisições para desenvolver projetos em energia solar fotovoltaica e eólica. Adquiriu a polaca V-Ridium, que permitiu chegar à aquisição da Oak Creek Energy Systems e entrar nos Estados Unidos. Está também no mercado polaco, através da KSME, e entrou no mercado alemão, através da MaxSolar, e no mercado espanhol, através da Perfecta Energia. No Reino Unido, a Greenvolt opera através da TGP. A empresa opera, ainda, em Itália, Bulgária e Roménia.
No final do ano passado, a carteira de projetos era de cerca de 5,8 gigawatts (GW), “um crescimento de 1,5 vezes face ao pipeline de projetos existentes” aquando da entrada em bolsa.
Para 2022, a energética prevê ter cerca de 600 MW de projetos na fase de pré-construção em Portugal, Polónia e Grécia, que até ao final de 2023 representarão projetos com capacidade de 2GW. No segmento de desenvolvimento de energia solar e éolica, que inclui o parque fotovoltaico de Tábua, com cerca de 48 MWp, e as Unidades de Pequena Produção, com cerca de 14 MWp, a empresa prevê que entrem em operação durante o terceiro trimestre de 2022. Acresce a previsão de que se concretizem os primeiros processos de vendas de ativos na Polónia.
Na geração renovável distribuída, a GreenVolt acredita que este ano se materializem projetos de tipo orgânico e potenciais aquisições. “Ao nível orgânico, será lançada, em prazo ainda a definir, uma nova área de negócio da Perfecta Energia (que atualmente se dedica apenas ao segmento residencial) dirigida ao segmento comercial e industrial”, lê-se. A empresa considera esta área estratégica e, por isso, ambiciona “reforçar a sua quota de mercado a nível europeu”.
Quanto ao negócio da biomassa, a empresa espera “um aprofundamento da política de melhoria contínua e de digitalização ao nível das suas centrais, bem como a análise de projetos que visem reforçar a eficiência operativa, em particular na central de TGP [no Reino Unido]”.
A 31 de dezembro de 2021, a dívida líquida da Greenvolt ascendia a 146,2 milhões de euros, sendo que as linhas de Caixa e equivalentes eram de 258,8 milhões de euros. “Em termos de múltiplos de dívida, relativamente ao EBITDA ajustado de 2021 de 61,6 milhões de euros, o rácio Dívida líquida/EBITDA é de 2,4 vezes. Considerando o EBITDA ajustado proforma, que ascende a 75 milhões de euros, o rácio é inferior a 2 vezes”, informou a empresa.
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