A dois dias da entrada da Uber em bolsa, os motoristas da aplicação fazem uma paralisação mundial e apelam aos clientes para não utilizarem o serviço nesta quarta-feira. A greve serve como protesto contra as condições de trabalho precárias que a empresa oferece, que contrastam com as avultadas quantias que os investidores esperam receber, quando a Uber entrar no mercado de valores.
A empresa não revela qual o preço a que pretende entrar em bolsa, nem a data, mas calcula-se que a oferta pública inicial aconteça na sexta-feira, com a tecnológica a apresentar uma avaliação de 90 mil a 100 mil milhões dólares.
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Com cerca de três milhões de motoristas no mundo inteiro, desconhece-se o efeito que o protesto – publicitado a nível global – terá no serviço da aplicação. São várias as cidades que aderiram à paralisação, em países como os Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Brasil.
Nas redes sociais, a hashtag #UberShutDown tem sido das mais usadas, com um forte apelo aos utilizadores para hoje não utilizarem a Uber, em solidariedade com os motoristas.
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Já em 2017, a hashtag #DeleteUber tinha ganhado peso online, depois de a empresa ter sido acusada de furar uma greve de taxistas em Nova Iorque, que protestavam contra a ordem executiva de Donald Trump para limitar a entrada nos Estados Unidos a refugiados e imigrantes de certos países. Apesar de a Uber ter dito que não queria furar a paralisação, mais de 500 mil utilizadores deixaram de ser clientes da plataforma após este caso.
Nesse ano, uma sequência de vários escândalos acabou por levar à demissão do CEO e co-fundador Travis Kalanick. O seu lugar foi tomado por Dara Khosrowshahi, que prometeu mudar algumas políticas da empresa e ser mais generoso para com os motoristas.
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