O grupo Hoti Hotéis anunciou esta sexta-feira que vai investir 120 milhões de euros na abertura de novos hotéis em Lisboa, Braga e Monte Gordo, até 2022. Lá fora, volta a piscar o olho a Moçambique, onde espera encontrar terreno para um novo hotel.
Num encontro com os jornalistas, o presidente do grupo, Manuel Proença, disse que Lisboa contará com duas novas unidades: o primeiro Moxy em Portugal, uma nova marca da cadeia de hotéis Marriott, no Parque das Nações, e um Innside, da Meliá, no Largo do Rato.
No entanto, neste momento, o projeto do hotel no Rato está a meio gás. O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, travou a obra por causa da fachada. “A obra começou, mas tem havido alguma contestação. O que é facto é que a licença de construção existe e é um projeto válido”, acrescentou.
O grupo, que celebra 40 anos, tem ainda projetos para erguer um Tryp em Braga e um Meliá em Monte Gordo. Para esta última unidade, já têm edifício, mas a obra está parada. “O edifício foi posto a concurso pela Câmara e concorremos nós, o Pestana, o Vila Galé… Nós ganhámos, está tudo pago e assinámos a escritura há dois anos, só que agora há uma discussão entre a autarquia, o Ministério do Ambiente e a APA [Agência Portuguesa do Ambiente]. Estamos a aguardar que eles se entendam”, atira Manuel Proença.
A aposta do grupo no estrangeiro centrar-se-á, essencialmente, em Moçambique. A cadeia de hotéis está de olho em Maputo, onde deu o primeiro passo para a internacionalização da Hoti Hotéis, com a abertura do Meliá Maputo Sky, em setembro, num investimento de 16 milhões de euros.
Acalmia de regresso ao turismo nacional
Em Portugal, a estratégia mantém o mesmo foco: reforçar a presença nos destinos onde já têm experiência e ter uma unidade hoteleira por cada capital de distrito.
Na hora do balanço do ano, Manuel Proença sinaliza uma subida de 12% na faturação, sem precisar o montante exato. Quanto a 2019, é prudente e estima um crescimento na ordem dos 8%. “Vai haver uma acalmia e o crescimento não será como até agora”, estima Manuel Proença, que frisa: “Será um ano de consolidação”.
Sobre a capacidade de Lisboa ter mais hotéis, deixa um recado: “O aeroporto não consegue crescer e o outro provavelmente só daqui a quatro anos, por isso aconselhava moderação”.
À margem da apresentação, o administrador do Hoti Hotéis, Miguel Proença, disse ao Dinheiro Vivo que as unidades do grupo deverão fechar o ano com uma taxa média de ocupação na ordem dos 80%, com o preço médio de 77 euros.
Ainda este ano, entrou também em funcionamento o Meliá Setúbal, um investimento de seis milhões de euros, dos quais um milhão de capitais próprios e cinco milhões da Turismo Fundos.
Para o final deste ano, está agendada a inauguração oficial do Star inn Peniche, que resulta de uma remodelação integral do antigo Soleil Peniche, no qual desembolsaram 1,5 milhões de euros. Em termos de posicionamento, a unidade passou a estar direcionada para o segmento de surf.
Atualmente com 17 unidades, a Hoti Hotéis tem planos para reforçar o portfólio. Em quatro anos, a cadeia de hotéis portuguesa ambiciona chegar às 25.
*Notícia atualizada às 20:10.
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