//Grupo Pluris, do empresário Mário Ferreira, prescinde do apoio da ‘bazuca’

Grupo Pluris, do empresário Mário Ferreira, prescinde do apoio da ‘bazuca’

O grupo Pluris, do empresário nortenho Mário Ferreira, anunciou esta segunda-feira que “recusa qualquer cêntimo do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]” e que, por isso, cancelou o pedido de empréstimo de 40 milhões de euros ao Banco Português de Fomento (BPF). Fonte oficial do BPF revela agora que conta com 363 milhões de euros depois de o empresário ter abdicado do crédito, financiado pela ‘bazuca’ europeia.

No mês passado, e de acordo com a lista divulgada por aquela entidade bancária, a empresa de Mário Ferreira iria receber 40 milhões de euros de apoio à capitalização, que, de acordo com o próprio, seriam direcionados ao aumento de capital da Mystic Cruises, a empresa de navios turísticos de Mário Ferreira.

Agora, a empresa afirma que “o aumento de capital será feito com fundos próprios e ocorrerá durante a próxima semana”. Para tal, o grupo decidiu “vender alguns dos ativos detidos pela Pluris Investments, realizando assim o necessário aumento de capital”.

Na declaração assinada pelo presidente do conselho de administração do grupo Pluris, Mário Ferreira afirma que a coordenadora do BE e deputada Catarina Martins e a antiga diplomada Ana Gomes (PS) “proferiram declarações insultuosas fora de contexto, populistas e demagógicas – escudadas em insinuações para evitarem processos judiciais – sobre as razões da atribuição desse empréstimo, sem nunca cuidarem de saber da verdade dos factos, sem nunca questionarem o conselho de administração do grupo Pluris, desrespeitando totalmente os mais de 1800 trabalhadores do Grupo e os vários milhares de empregos indiretos que [a empresa] ajuda a manter”.

Garantindo que tais acusações são falsas, e afirmando que “alguns meios de comunicação social insistem em falar do Grupo Pluris e do seu acionista principal nunca referindo a verdade dos factos e antes associando supostas situações legais com as quais tentam beliscar a honorabilidade do Grupo e de quem o gere”, a empresa declara ser importante esclarecer “quem esteja de boa-fé”.

Neste sentido, a empresa explica que tem uma participação na exploração turística de navios-hotel, no Rio Douro, através da Douro Azul, e que, em 2019, implementou uma estratégia de investimento expressivo na exploração turística de navios oceânicos, que são desenvolvidos e construídos em Portugal. Adianta ainda que o grupo emprega diretamente 1800 trabalhadores, que representam uma massa salarial de mais de 50 milhões de euros, apenas no setor turístico. A empresa de Mário Ferreira esclarece, por fim, que a necessidade de aumentar o capital próprio em 80 milhões de euros está relacionada com o quarto navio que, no final deste ano, será colocado em operação.