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A Hitachi Vantara vai instalar em Portugal este ano o Hitachi Application Reliability Center (HARC), “um centro de monitorização das aplicações na cloud” fornecidas aos clientes da empresa, o primeiro deste tipo na Europa da multinacional de origem japonesa, revela ao Dinheiro Vivo Margarida Marques, que lidera a operação portuguesa da Hitachi Vantara e ocupa o cargo de VP head of continental Europe da empresa.
O HARC já existe na Índia e nos EUA e chega, em 2023, a Portugal para aumentar a cobertura mundial dos serviços globais prestados pela Hitachi Vantara. Trata-se de “um serviço proativo que vai funcionar em rede com o HARC dos EUA e da Índia para uma cobertura follow the sun, 24 horas, sete dias por semana”. “E, no caso dos clientes europeus, vai garantir que temos na Europa esse centro”, realça Margarida Marques.
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O momento em que o escritório português do HARC será aberto não está definido, visto que o novo centro ainda está a ser preparado, mas a gestora garante que será “nos próximos meses, em 2023”. O Hitachi Application Reliability Center ficará instalado na Torre 1 das Amoreiras, onde a Hitachi Vantara tem a sede nacional, e exigirá o recrutamento este ano de vinte profissionais “formados nas mais avançadas práticas de gestão de infraestruturas cloud”. “Para já, é o que está definido”, diz a gestora.
Os valores envolvidos na instalação do HARC em Portugal não são revelados, mas a gestora afiança que se trata de um “investimento significativo”.
Além do HARC, há a possibilidade da operação portuguesa da multinacional nipónica captar para o país mais serviços, em 2024. “Existe a previsão de um novo polo de engenharia”, admite Margarida Marques. Contudo, ressalva a responsável, “ainda está tudo numa fase preliminar”.
Portugal, onde a Hitachi Vantara tem 400 trabalhadores, está sempre bem posicionado para acolher novos serviços da empresa, segundo a gestora, incluindo centros de excelência que poderão surgir até em parceria com outras empresas do conglomerado Hitachi.
Portugal é um país europeu com elevada consideração dentro da Hitachi Vantara. De acordo com Margarida Marques, “há em Portugal duas áreas de negócio absolutamente estratégicas: um centro de desenvolvimento de software de engenharia e design; e um delivery center, que é uma área de desenvolvimento de prestação de serviços a nível global”. “Proporcionalmente servimos pouco o país, somos fundamentalmente prestadores de serviços a nível global”, sublinha.
Portugal no mapa da Hitachi
A Hitachi Vantara Portugal ganha relevância porque é o vértice europeu de uma rede internacional de serviços da holding mundial. “Temos três grandes áreas de delivery na Hitachi Vantara a nível mundial: Vietname Índia e Portugal. Os três funcionam da mesma forma e em conjunto formam um global delivery network”, explica. Ou seja, Portugal é o principal braço de serviços da Hitachi Vantara na Europa, mas também responde a projetos na América do Norte, Médio Oriente e África. A “localização do país é absolutamente estratégica”, mas também a qualidade dos talentos que trabalham na operação portuguesa, que reúnem competências técnicas e capacidade de adaptação a diferentes culturas e idiomas. Acresce a apetência para a inovação e experimentação.
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A Hitachi Vantara Portugal “é um pilar fundamental a nível europeu, porque se destaca na componente da inovação e da experimentação, com uma equipa com muito mais apetência e vocação para pegar em projetos em fase de desenvolvimento e consolidá-los”, explica. “Fomos pioneiros no lançamento do Centro de Excelência de Video Intelligence, há cinco anos. Foi lançado em Portugal para o mundo inteiro e, hoje, é uma área de serviços muito independente e madura dentro da organização”, exemplifica Margarida Marques.
Para a líder da Hitachi Vantara em Portugal, o país “tem uma enorme apetência para abraçar tecnologias”. Qual será o motivo? “Uma mente muito aberta”, diz.
Aliás, para a gestora, a crescente procura de empresas como a Hitachi por Portugal “é uma clara demonstração da qualidade do país e das pessoas”. “Isso é extraordinário. Vem dinamizar o mercado de trabalho, traz novas tecnologias, novo know-how e vem abrir a mente dos nossos recursos de tecnologias da informação”, argumenta, ainda que reconheça que o aumento de concorrência torna a questão dos recursos humanos mais complexa.
Não obstante, Margarida Marques assegura que a Hitachi Vantara Portugal não sente nem menos nem mais dificuldades em captar e reter pessoas do que outras companhias do ramo. “Fácil, não é, claramente”, salienta a gestora, admitindo que a empresa nipónica ainda é pouco conhecida em Portugal, mesmo na hora de recrutar – mas acredita que o historial da subsidiária é um ponto a favor.
“O que nos distingue é a natureza da empresa, toda a tecnologia que podemos trazer para cima da mesa, não só da Hitachi Vantara como das outras subsidiárias, e a capacidade de desenvolver projetos a nível global, com equipas globais. Isso é o nosso grande diferenciador, temos clientes internacionais, de diferentes culturas e tudo isso é uma experiência muito rica, e a curiosidade está latente na área das tecnologias”, considera.
Ainda que questionada, a responsável não revela dados do negócio, visto que a companhia não deslinda números desagregados. No entanto, Margarida Marques diz que a perspetiva do ano fiscal 2022-2023 (termina a 31 de março) é “extremamente positiva”.
E quanto ao ano fiscal que se inicia em 2023? “Estamos ainda a fazer o planeamento, mas tudo aponta para um crescimento de, no mínimo, de 20%, o que é bastante agressivo. Em Portugal vamos sempre acompanhar esse crescimento, porque o que crescermos a nível internacional temos de entregar cá. Se calhar o crescimento em Portugal será um bocadinho superior do que os números consolidados a nível global, porque se pretende reforçar ainda mais a equipa em Portugal, entre 20% a 30%”, revela. Este reforço da equipa decorrerá em paralelo com a abertura do HARC e, estima Margarida Marques, poderá representar a contratação de mais entre 60 a 100 novos profissionais em 2023.
Criada há cerca de 113 anos, a Hitachi é um conglomerado com mais de mil subsidiárias dedicadas a mais de um dezena de áreas de negócio. A Hitachi Vantara é uma dessas filiais, que se dedica à tecnologia em três grandes áreas: infraestruturas, software e desenvolvimento de serviços. As duas últimas são as mais importantes para a operação portuguesa, segundo a gestora. A empresa tem servido, sobretudo, os setores da banca e serviços financeiros, retalho e indústria. Com escritórios em Lisboa e Oeiras (Taguspark), a empresa permite aos funcionários um modelo híbrido de trabalho (presencial e remoto) “muito flexível”.
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