Em Espanha chama-se Housfy mas em Portugal ganhou um “e”. Com a mudança de visual, os responsáveis da imobiliária virtual que chega nesta semana ao mercado português querem ganhar dimensão fora do país de origem. Acreditam que deste lado da fronteira têm as portas abertas para o sucesso.
“O mercado imobiliário em Lisboa e no Porto está muito ativo e o consumidor português é semelhante ao espanhol. Estes fatores, entre outros, levam-nos a crer que a receção do nosso modelo de negócio será igual ou superior à que tivemos em Espanha.” A convicção é avançada ao Dinheiro Vivo por Albert Bosch, CEO e fundador da Housefy.
A empresa foi criada em 2017 e desde então já vendeu mais de 2000 habitações, a um ritmo de seis por dia. Em Madrid e Barcelona a empresa conquistou 5% do mercado.
O modelo de negócio rompe com a mediação tradicional. A comissão de venda é fixa, de 3990 euros, e só é cobrada quando o negócio é fechado. “Quando comparado com os valores praticados pelas agências tradicionais, que por norma oscilam entre os 3% e os 8%, estimamos que os vendedores poupem até 20 mil euros por transação”, adianta o fundador da Housefy.
A startup chega a Lisboa e ao Porto com 75 casas angariadas e o objetivo de chegar ao fim do primeiro ano de atividade com 300 imóveis em carteira e cem transacionados. O tempo médio de venda de uma casa, prometem, é de 60 dias. “Sabemos que o mercado imobiliário é altamente competitivo e por isso desenhámos a Housefy para ser fácil, rápida, segura e com sucesso garantido.”
Com base em ferramentas de Big Data e inteligência artificial, a startup cruza dados de várias fontes e compara-os, em tempo real, com a informação de imóveis semelhantes que estejam registados nos diversos portais de imobiliário. É assim definido o preço de venda “inteligente” do imóvel, ainda que, sublinham, o proprietário tenha a palavra final.
À disposição dos vendedores estão ainda serviços como fotografias profissionais, aconselhamento, agendamento de visitas e gestão de burocracia.
Com a entrada da Housefy, já são três as imobiliárias virtuais, com base em comissões fixas, que apostam no bom momento do mercado português de compra e venda de casas. Os espanhóis olham para a concorrência como “empresas jovens que precisam de ganhar terreno e experiência”, mas acreditam que existe no país potencial “suficiente para mais do que um player”.
Antes de se aventurarem em Portugal, os líderes da Housefy deram o salto para Itália. Estão em Milão e Roma e ainda este ano preveem ter novas moradas em Turim, Génova, Bolonha e Florença. O próximo mercado em vista é o francês.
Desde o arranque conseguiram angariar 9,7 milhões de euros em rondas de investimento. Seaya Ventures, DN Capital, Torch Capital ou a Cathay Capital são alguns dos investidores. Deste total, seis milhões foram captados em maio deste ano para suportar a entrada em Portugal e o crescimento em Itália.
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