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A Hyatt vai estrear-se em Portugal dentro de pouco mais de um mês. A cadeia hoteleira de luxo norte-americana entra no país através da capital, com a abertura do Hyatt Regency Lisboa. O primeiro empreendimento da marca internacional, que custou 70 milhões de euros, está na fase de conclusão, em Belém. A marca chega a terras lusas pelas mãos da United Investments Portugal (UIP), dona do Sheraton Cascais, do Pine Cliffs Resort e do Yotel Porto, através de um contrato de franchising com a Realtejo e a Fibeira.
Localizado rua da Junqueira, entre a Cordoaria Nacional e o Centro de Congressos de Lisboa, de frente para o rio Tejo, o projeto alia a componente hoteleira à imobiliária, com a venda de apartamentos a investidores privados que serão posteriormente explorados turisticamente pelo gigante hoteleiro. O modelo de negócio garante um retorno de investimento mínimo garantido de 5% nos primeiros cinco anos, ou de 3% durante uma década.
O conceito que junta o luxo de uma das maiores cadeiras hoteleiras do mundo – que explora mais de 700 unidades em 56 países – aliado aos atributos apetecíveis da capital portuguesa tornaram-se no isco perfeito para investidores internacionais. Atualmente, está já vendida a quase totalidade dos 200 apartamentos (80%), totalizando 80 milhões de euros. A maior fatia do investimento, 55 milhões de euros, é capital internacional de investidores do Médio Oriente, da Ásia, da Austrália, dos Estados Unidos e da América do Sul, além de algumas nacionalidades da Europa.
A compra de um apartamento do Hyatt Regency Lisboa é elegível para o programa de atribuição de vistos de residência, os vistos gold, e este foi um dos fatores que mais seduziu o capital internacional. “Estamos a falar de investidores que procuram aliar pelo menos dois de três grandes fatores: investimento imobiliário, rentabilidade e vistos gold. São maioritariamente de investidores que procuram aplicar o seu capital em ativos tangíveis, aliando a rentabilidade à exploração turística destes imóveis, visto que podem ter acesso à gestão completa dos seus ativos sem que tenham de se preocupar com a manutenção do imóvel”, explica o diretor de Real Estate da UIP, Daniel Correia.
Os preços dos apartamentos começam nos 770 mil euros, para a tipologia T1 e ascendem aos 2,5 milhões de euros no caso dos T3. Nestes preços está já refletida a inflação que fez disparar os preços da construção, dos materiais e da mão-de-obra.
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“Estes custos não nos têm permitido manter os valores dos imóveis anunciados ainda em fase de projeto porque o custo das obras tem vindo a aumentar. Como os projetos da UIP se posicionam no segmento de luxo, não nos faz sentido substituir materiais de construção ou acabamentos para outros com qualidade inferior e, por vezes, vemo-nos obrigados a aumentar o preço final de venda dos imóveis”, justifica o responsável. As reservas para o Hyatt Regency Lisboa estão já disponíveis no site do hotel a partir de meio de julho com preços a começar nos 232 euros por noite. O cinco estrelas terá ainda um spa com mil metros quadrados, um ginásio, restaurante e rooftop. Haverá ainda um espaço de comércio de luxo bem como salas de reunião e parque de estacionamento.
Condomínio residencial de luxo em Gaia atrai portugueses
Outro dos projetos que a UIP tem entre mãos é a Quinta Marques Gomes, em Vila Nova de Gaia, destinado ao mercado de primeira habitação. O condomínio de luxo, que fica debruçado sobre a Foz do Rio Douro, está orçado em 200 milhões de euros e insere-se numa propriedade de 25 hectares que oferece apartamentos premium e lotes para a construção de moradias.
Atualmente encontra-se em construção a primeira fase do projeto, que engloba 48 apartamentos distribuídos por três edifícios bem como a construção dos lotes para as moradias. Face ao “sucesso da comercialização”, diz a UIP, em breve irá arrancar com mais dois edifícios de apartamentos. Para já estão vendidos metade dos apartamentos e dos 88 lotes falta vender apenas cinco, que somam 35 milhões de euros em vendas. O mercado nacional é o principal investidor, que representa 90% das compras. A outra fatia divide-se por mercados dos Estados Unidos, Canadá e França que representam um investimento de cinco milhões de euros.
“Apesar de ser um empreendimento ainda em desenvolvimento, sentimos que o que mais aliciou os novos residentes e impulsionou a compra foi a possibilidade de terem a sua habitação permanente num resort de cinco estrelas, onde no futuro poderão encontrar todos os serviços, desde room service, concierge, serviços de limpeza e manutenção, disponível 24 horas por dia, 365 dias ao ano, e ainda um conjunto de equipamentos, como um futuro Serenity SPA, Gym Active, restaurantes, entre outros”, refere Daniel Correia.
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Os apartamentos têm preços a partir de 555 mil euros e até 1,7 milhões de euros. Já os preços dos lotes começam nos 325mil euros para os twins e um milhão de euros para o lote River. O projeto residencial tem um prazo de construção de 10 anos. Atualmente, há já famílias a residir nas moradias da Quinta Marques Gomes. No que respeita aos apartamentos está prevista a ocupação de moradores no final do primeiro semestre do próximo ano.
No complexo será ainda desenvolvido um boutique hotel que irá operar sob uma marca internacional. A unidade hoteleira resultará da reconstrução do palacete da Quinta Marques Gomes, cujos trabalhos irão arrancar ainda este ano. A abertura está agendada para um prazo de três a quatro anos.
Aumento dos preços é oportunidade para o segmento de luxo
O diretor de Real Estate da UIP acredita que 2022 será um ano de total recuperação no imobiliário com as transações já a apresentarem “valores expressivos”. Sobre o aumento dos preços, Daniel Correia acredita que esta será uma oportunidade inevitável para o país crescer no segmento de luxo, pela força das circunstâncias.
“Este facto deve-se ao custo da aquisição de locais para desenvolver novos projetos, que está a encarecer de dia para dia, aos processos de licenciamento que continuam por agilizar, ao custo de construção que está a aumentar, à concorrência do PRR e Portugal 2030 que irá desviar mão-de-obra e empreiteiros para obras públicas. Acredito que apenas os promotores que desenvolvem os seus projetos para segmentos altos e de luxo (que conseguem absorver e acomodar estes incrementos nos preços de venda dos imóveis) é que irão conseguir competir e obter margens para continuarem a desenvolver novos projetos”, justifica.
Nas apostas futuras para o país, também o turismo residencial irá ganhar palco, na opinião do porta-voz da UIP.
“Este é sem dúvida é um negócio extremamente promissor para o nosso país, visto que [os estrangeiros] pagam impostos como o IVA, IMI, suportam todas as despesas inerentes a uma propriedade, criam emprego e não representam qualquer encargo para o Estado. É ainda possível criar mecanismos que estimulem a residência temporária em Portugal de estrangeiros com elevado rendimento disponível”, defende.
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