A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) baixou hoje a sua previsão de lucros para este ano para 28 mil milhões de dólares (25.020 milhões de euros), devido à desaceleração na procura e ao aumento de custos.
Apesar de 2019 dever representar dez anos consecutivos positivos para o setor, os números implicam uma redução significativa em relação aos 35,5 milhões de dólares (31.721 milhões de euros) em lucros previstos em dezembro, número que, por sua vez, já traduzia uma revisão em baixa em relação às previsões anteriores.
Esta nova previsão para 2019, apresentada no âmbito da 75.ª Assembleia Geral da IATA, realizada em Seul, também deverá ser inferior aos 30.000 milhões de dólares (26.807 milhões de euros) de lucro líquido que as companhias aéreas embolsaram em 2018, de acordo com os cálculos da IATA.
O organismo atribui esta descida, sobretudo, ao aumento dos preços dos combustíveis e ao enfraquecimento do comércio mundial.
Até 2019, a IATA espera que os custos operacionais cresçam 7,4%, de acordo com o relatório global apresentado hoje em Seul, na Coreia do Sul.
Portanto, a margem líquida de lucro médio seria de 3,2% neste ano, cinco décimas abaixo dos números de 2018.
O benefício médio por passageiro cairia para 6,12 dólares, abaixo dos 6,85 dólares registados no ano anterior.
“As companhias aéreas ainda apresentarão benefícios este ano, mas não é dinheiro fácil”, disse o diretor-geral daquele organismo, Alexandre de Juniac, durante a apresentação do relatório, apontando que as margens “estão a ser estranguladas pelo aumento dos custos em todas as áreas”, incluindo mão-de-obra, combustível e infraestruturas.
“O enfraquecimento do comércio mundial provavelmente continuará à medida que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China se intensificar, afetando principalmente os negócios de carga, mas o tráfego de passageiros também pode ser afetado à medida que as tensões aumentam”, alertou.
Depois da procura no negócio de carga já ter diminuído em 2018, a IATA prevê que permanecerá praticamente estável este ano (cerca de 63,1 milhões de toneladas), devido ao aumento das tarifas comerciais.
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