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Quando a Ikea chegou ao nosso país, há 20 anos, conseguiu de imediato conquistar o coração dos portugueses. Aliás, foi mesmo uma relação de “amor à primeira vista”, como descreve a CEO da empresa em Portugal. O motivo? O facto de a marca sueca ter trazido para terras lusas “uma combinação de funcionalidade, design escandinavo e boa qualidade, que os portugueses podiam pagar”, diz Helen Duphorn, ao Dinheiro Vivo.
Hoje, além das lojas de grande dimensão a que a Ikea já nos habituou, a marca está a investir em estúdios de planificação, um pouco por todo o país. É uma forma de ampliar a presença a nível nacional, tanto que, no final de novembro, existiam 11 desses espaços. O primeiro estúdio fora de um centro comercial abriu em Lisboa no dia 9 de novembro e, no último dia do mês passado, foi inaugurado o Estúdio de Planificação e Encomenda da Madeira. O primeiro espaço Ikea naquela região autónoma.
Além destes estúdios serem “a principal ferramenta de expansão” da empresa em Portugal, a insígnia quer que os clientes possam ali “criar, planificar e pagar a sua cozinha, o seu roupeiro ou a sua solução de arrumação”. Ali é também possível adquirir qualquer outro produto da gama Ikea. “Temos uma visão de negócio de longo prazo – estamos a celebrar 80 anos a nível global, 20 anos em Portugal, e queremos estar aqui para os próximos 80”, declara Helen Duphorn.
Ao longo dos anos, os nossos conterrâneos passaram a ver a lojas da marca como um local onde, além de soluções para a casa, fáceis de transportar, disponibiliza também zonas de restauração. Ou seja, uma loja de grande dimensão acaba por se transformar num espaço “onde as famílias podem passar um bom dia”. Paralelamente, a empresa passou a ser vista como um bom empregador, tendo, por exemplo, no início deste ano levado a cabo “um investimento extraordinário nos salários” de entrada, que passaram a ser de mil euros. Para o próximo ano, o subsídio de alimentação aumentará um euro por dia, face a 2023.
Os negócios correm de feição à Ikea em Portugal. A empresa fechou o ano fiscal (setembro de 2022 a agosto de 2023) com um crescimento de 10,8% nas vendas, um total de 611 milhões de euros. “Crescemos em todos os canais (lojas, estúdios de planificação, vendas via site, vendas via app, call center), comprovando que a nossa abordagem omni responde às necessidades e expectativas dos consumidores em Portugal”, detalha a gestora.
O próximo ano afigura-se exigente, mas Helen Duphorn mostra-se confiante em como a marca vai conseguir chegar a mais famílias, “independentemente da dimensão da sua carteira ou de onde vivem em Portugal”. E, por forma a caminhar lado a lado com os portugueses, e em “alturas como esta, em que o custo de vida continua a aumentar”, a Ikea está a investir 13 milhões de euros para reduzir preços em mais de 900 de produtos. Este é, como afirma a CEO, “o maior investimento de sempre da marca neste tipo de movimentos”, que declara que “com este esforço, quisemos reforçar o nosso compromisso de longo prazo com os portugueses, para tornar o seu dia-a-dia melhor”.
A responsável garante ainda que a redução de preços não é temporária, mas sim, uma estratégia a longo prazo, para garantir aos clientes, “mais conveniência e mais acessibilidade”. “E os clientes estão a adorar”, afirma.
Para se preparar para os próximos anos, a marca garante que tem uma visão e propósitos claros, que se refletem na forma como gere o negócio e o projeta no futuro. Como tal, e de acordo do Helen Duphorn, a Ikea está a transformar-se num omni-retailer, o que permite aos clientes aceder aos produtos quando, onde e da forma que preferirem. “Temos de assegurar que não perdemos pessoas nesta transição, e que damos o apoio necessário para a aquisição de novas e melhores competências”, acautela, lembrando que a Ikea, tal como outras empresas, tem a responsabilidade de liderar com as melhores práticas e de inspirar mudanças entre colegas de trabalho, clientes e outras partes interessadas.
Pela sua parte, e como CEO da marca em Portugal, Helen Duphorn espera conseguir dar foco e orientação a tudo o que diz respeito a acessibilidade e a pessoas. E ao mesmo tempo afirma esperar que “cada vez mais pessoas possam ter acesso aos nossos produtos e soluções a preços acessíveis”. Quer igualmente “proporcionar boas condições de trabalho e a possibilidade de desenvolvimento dos trabalhadores”. “Estas sempre foram as minhas ambições”, diz.
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