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Novos materiais, novos formatos e novos serviços. Desde há três anos que a Ikea apostou numa estratégia de redução de preços dos seus produtos, lançando ao mesmo tempo novos serviços. Uma tendência que a pandemia da covid-19 veio acelerar, já que o comportamento dos consumidores também se alterou.
Só no comércio eletrónico, “entre o ano fiscal de 2019 e 2020 vimos um aumento de 4% para 13% de share e de certeza que neste ano vamos ter mais crescimento. Está a subir, é a tendência do mundo, mas é importante dizer que as nossas lojas são muito importantes e os clientes continuam a querer visitar-nos, a ver e a tocar nos produtos, querem ter inspiração. Mas os comportamentos mudaram, sim. Toda a gente tem um smartphone e as compras online aceleraram”.
Para implementar a estratégia de redução de preços, a cadeia tem investimentos de 10,5 milhões de euros, dos quais 3,3 milhões neste ano: 2,3 em produtos e 1 milhão em novos serviços. Michaela Quinlan, diretor comercial da Ikea Portugal, explica ao Dinheiro Vivo que a campanha deste ano arrancou a 5 de agosto e vai prolongar-se em 2022. Estão incluídos produtos de várias gamas e para todas as áreas da casa, 100 deles já disponíveis. Foram pensados novos detalhes a produção à montagem final mas é nos serviços que provavelmente se notam maiores diferenças.
Michaela Quinlan destaca o corte nos serviços de entrega, nomeadamente o click and collect e entregas via CTT, com reduções de 12 euros para sete e de sete para quatro. “Quando os clientes compram online procuram diferentes serviços, quer seja o click and collect quer sejam as entregas. Tentamos ser muito transparentes e não ter custos escondidos. O cliente pode sempre vir à loja, na lógica do cash and carry, mas queremos que as outras opções sejam válidas, daí o investimento nessa reestruturação de preços e no click and collect. Na primeira fase da pandemia vimos muito mais compras de mobiliário de escritório, tal como aconteceu com os de exterior, porque as pessoas querem levar o interior para fora de casa. Fizemos mudanças nas estruturas dos preços para os tornar mais acessíveis e vimos essas alterações no consumo ao longo do último ano”, conta.
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Quanto às entregas em casa, há uma nova escala: “Podemos entregar a partir de 29 euros e deixar os bens à porta de casa do cliente; se for numa divisão já terá outro custo, porque implica duas pessoas na entrega. É importante ter esta amplitude de serviços.” E é nesta amplitude que se inclui o novo serviço “de design de interiores, que tem sido um grande sucesso neste ano, já em Portugal. Os clientes podem trabalhar com um designer de interiores e escolher as divisões que quiserem. O designer escolhe e sugere os produtos e usa a nossa experiência em mobiliário.”
Michaela Quinlan adianta ao DV que a cadeia tem “um serviço em testes, piloto, o que normalmente fazemos globalmente. Agora temos um em testes, que se chama Harmony, e que está muito alinhado com este serviço de design de interiores, que se destina a ajudar as pessoas a reorganizar as suas casas. Está ainda em testes, disponível para todos os consumidores portugueses, mas não globalmente”, diz. Quanto a custos, refere que “em serviços de design, sim, é absolutamente acessível”.
A Ikea vai ainda reforçar as “transformações na parte digital, do site e da nossa app, que permite ao cliente poder comprar mais facilmente e pagar no checkout na loja. Este serviço esteve em piloto na loja de Loures e o objetivo é alargar às restantes”, explica.
Os clientes podem pré-selecionar os produtos e, quando chegam à loja, a app diz-lhes exatamente onde os encontrar. “Temos também previstos hubs circulares, para este ano, e que estão alinhados com a nossa estratégia de sustentabilidade, com as ideias de reutilizar, reciclar e ressignificar. E isso cria também uma maior noção de comunidade entre as lojas. Temos ainda a questão do solar doméstico, mas a maior mudança é mesmo a integração do online e do offline“.
Os pontos de recolha são outra aposta da cadeira sueca: já existem em Sintra, Seixal e Cascais e em breve abre mais um, em Setúbal.
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