“Vendemos a nível mundial 800 milhões de cigarros, o que significa que precisamos de 40 mil maços impressos para colocar os nossos produtos”, conta Andreia Fontes, diretora de impressão e conversão. A portuguesa, natural do Porto, juntou-se à Philip Morris em 2004, em Portugal. Três anos mais tarde voou para a Suíça. Desde então já passou por várias áreas de negócio. Antes de ter assumido a liderança da equipa que está a desenvolver novas tecnologias na área da impressão, foi responsável pela introdução dos novos produtos na Europa.
Atualmente, as embalagens são impressas de forma tradicional, demorando em média quatro meses, desde o momento em que os designs estão prontos até o produto final chegar ao mercado. Apesar de ser eficiente no que diz respeito a grandes quantidades, quando diz respeito a produtos com volumes reduzidos, como os de “nova geração”, a impressão tradicional já não é tão atrativa. “O consumidor atual é muito exigente. Quer opções, variedade, personalização, a melhor relação qualidade-preço, e quer tudo hoje.”
“Como estamos a estabelecer uma nova categoria de produtos e ainda temos uma base de consumidores reduzida, comparativamente com os cigarros, é difícil prever as preferências do cliente”, explica. “Quatro meses para repor um produto ou para trazer um produto novo para o mercado não é uma opção para nós.” É aí que entra a impressão digital, um processo que permite encurtar o período de quatro meses para apenas sete dias. O método já é utilizado há décadas, especialmente em indústrias de pequenos volumes ou em edições limitadas. “Tivemos muitas conversas com a indústria e estavam todos convencidos de que a impressão digital iria evoluir no longo prazo, mas no curto prazo era uma solução apenas para produtos de nicho.” Mas a equipa de Andreia Fontes não quis esperar.
“Foi por vermos a oportunidade, e não querermos ficar à espera de que a indústria desenvolvesse e trouxesse a tecnologia para o ponto certo para ser economicamente viável para o nosso negócio, que há quatro anos tivemos luz verde da direção para comprar uma máquina digital que é utilizada para imprimir etiquetas e convertê-la para imprimir digitalmente em cartão com qualidade e acabamentos premium”, conta.
A impressora foi colocada no Centro de Desenvolvimento da PMI, em Neuchâtel, para serem feitos vários testes e, ao fim de 12 meses, os resultados apareceram. “Conseguimos demonstrar que não é impossível”, diz Andreia Fontes.
Neste mês, a PMI colocou duas impressoras digitais híbridas nas suas instalações na Roménia para produzir e embalar unidades de tabaco para uso no dispositivo de tabaco aquecido – os heets. A produção comercial com as novas impressoras é a culminação de dois anos de trabalho em protótipos.
“Esta tecnologia já é mais competitiva economicamente comparando com a impressão tradicional para volumes na ordem dos cem milhões de cigarros por ano, por variante de marca.”
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