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O diretor da célula Digital do Instituto Europeu da Inovação e da Tecnologia para a Península Ibérica (EIT, sigla inglesa), Jesus Contreras, considera que Portugal destaca-se na Europa como um dos países com “elevada intensidade na inovação digital e na criação de empresas”.
“Vimos em Portugal que a inovação e a criação de empresas são geridas de forma profissional com uma abordagem integrada orientada para os resultados empresariais”, elogiou o gestor espanhol, em entrevista ao Dinheiro Vivo.
A EIT é uma entidade independente da União Europeia que foca a sua atividade no estímulo da inovação e na evolução tecnológica, apoiando jovens empresas e startups em diferentes áreas.
Em Portugal, “existem várias iniciativas” deste organismo, que incluem a participação também de destacados meios académicos e proeminentes aceleradores de empreendedorismo. “A EIT estabeleceu relações de colaboração com organizações relevantes da capital, tais como ISCTE-IUL, BGI ou Universidade Nova de Lisboa, bem como com ecossistemas muito dinâmicos na região norte, como a Universidade do Minho, DTX-Colab e INESC-TEC, entre outros”, contou Jesus Contreras.
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“Por um lado, apoiamos a criação de novas startups de deep tech, com importantes investimentos iniciais e apoios de parcerias internacionais que permitem o crescimento e a escalada desde o início. Por outro, a EIT também apoia startups já existentes, quer recentes, através do nosso programa Venture, quer scaleups, através do nosso acelerador, geralmente com uma ou duas empresas apoiadas por ano”, acrescentou.
Este é o trabalho desta organização, sendo o financiamento gerado para as empresas parte importante. Mas, realçou Contreras, a questão financeira não é a “principal contribuição” da EIT para as empresas e a inovação. O grande contributo deste organismo europeu para o empreendedorismo nacional é a abertura de portas a “um ecossistema vibrante, que permite a criação de inovações deep tech num ambiente realmente ágil, com o apoio inicial para se tornar um negócio relevante no futuro”.
Questionado sobre trabalhos relevantes em que a EIT está envolvida, em Portugal, o diretor deste instituto para a região ibérica realçou o apoio à scaleup portuguesa Infinite Foundry, através do Acelerador da EIT. ” A Infinite Foundry é uma plataforma de fábricas digitais 3D que procura melhorar a eficiência de produção de qualquer setor industrial”, explicou.
Quanto a inovações futuras, a EIT envolveu-se com a Axians Portugal, “para criar uma tecnologia em 2022 que permita a tradução em tempo-real em vídeo, uma ferramenta impressionante para a Europa multilingue”.
Acresce, ainda, ao trabalho da EIT em Portugal a iniciativa de educação empresarial focada em cibersegurança para blockchain com a NOVA Information Management School, da Universidade Nova de Lisboa, desenvolvida até ao verão de 2022.
A EIT lançou este mês a EIT Community Booster, uma iniciativa para apoiar com um milhão de euros 20 startups e scaleups europeias (50 mil euros em subsídios e serviços para cada selecionada), que desenvolvam “soluções de alto impacto e fomentem a transformação” do Novo Bauhaus Europeu, cuja conceção foi lançada pela Comissão Europeia em janeiro de 2021. A fase de candidaturas termina a 17 de dezembro. J.V.R.
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