//Investigação. CEB reforça aposta em projetos para o setor alimentar

Investigação. CEB reforça aposta em projetos para o setor alimentar

A cerveja artesanal Letra (empresa Fermentum) é, muito provavelmente, a spin-off mais conhecida do Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho. Mas há mais. Desde 2002, este pólo de investigação já deu origem a 15 empresas. Agora e face ao crescimento no número de projetos para o setor alimentar decidiu criar uma linha autónoma para esta área.

O objetivo é intensificar a investigação para o setor alimentar, que em Portugal representa mais de seis mil empresas e vale 4% do volume de negócios do país. Como explica Eugénio Campos Ferreira, diretor do Centro de Engenharia Biológica (CEB), o número de projetos nesta área está em crescimento, assim como os investigadores que se dedicam a este trabalho.

A recém criada linha de investigação no ramo alimentar, que conta com 15 doutorados e mais de 40 investigadores juniores, tem projetos que visam melhorar a funcionalidade, qualidade, segurança e valor nutricional dos alimentos. Em fase de desenvolvimento está, por exemplo, um revestimento para alimentos (fruta e queijo, nomeadamente) que visa melhorar a capacidade de conservação, e também uma investigação para a criação de novos compostos bioativos. Todo este trabalho de investigação tem por meta final a sua utilização pela indústria alimentar.

O CEB acaba também de incorporar um laboratório sediado no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) e, desta foram, expandiu a sua presença em território nacional e reforçou a investigação nos setores alimentar e da saúde. Este pólo, que conta com 20 investigadores, irá centrar-se em projetos de tecnologia e inovação alimentar, numa abordagem biotecnológica, e na criação de bio nanomateriais funcionais e biossensores com vista ao desenvolvimento de soluções para o diagnóstico, monitorização e tratamento de doenças, como cardiovasculares cancerígenas e do envelhecimento.

Como refere Campos Ferreira, o trabalho do laboratório sediado no ISEP cruza com a investigação realizada no CEB, que tem uma linha na área da saúde muito forte, com projetos de nanoformulações para aplicações cosméticas, proteínas para biomédicas, produtos para a cicatrização de feridas, nanogéis para a artrite reumatoide, entre outros. Na saúde, há, por exemplo, projetos em fase de experimentação em animais, no caso, porcos, como é o caso dos vasos sanguíneos artificiais e estudos a decorrer para géis injetáveis para a regeneração de ossos.

O CEB conta agora com quatro linhas de investigação, a que se juntam às áreas de trabalho nos setores industrial, ambiental e da saúde. O centro responde por mais 400 investigadores e técnicos, com mais de 50 estrangeiros, de 25 nacionalidades. Atualmente, tem ao dispor financiamento para projetos na ordem dos 14 milhões de euros.

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