Do chão e paredes de mármore já nada existe. As Galerias Ritz estão a ser alvo de uma requalificação que passa pela destruição completa de todo o interior para transformação em espaço de escritórios. A obra arrancou no final do ano passado e, segundo Vítor Paranhos Pereira, CEO das áreas Imobiliária e Hoteleira do Grupo SODIM – que detém o espaço -, ficará completa em junho do próximo ano.

O projeto de reabilitação das Galerias Ritz passa não só pela reabilitação das antigas galerias comerciais para espaço de escritórios, cerca de 2300 m2, mas também pela criação de um espaço de restaurante, onde anteriormente existia o Snack-Bar Monumental, e o aprofundamento do parque de estacionamento em mais um nível, passando para um total de 120 lugares de estacionamento.

É um investimento de 15 milhões de euros para um espaço que nasceu nos anos 60, e que há muito perdera o rumo – “15, 20 anos”, assume Vítor Paranhos Pereira. Em 2004, o jornal Público noticiou o estado de abandono e degradação deste espaço, onde os últimos lojistas ainda resistiam, mas em condições difíceis – chovia, havia infiltrações, tacos apodrecidos e muito pó.

Os primeiros projetos para alterar o espaço começaram, precisamente, nessa altura. Um projeto inicial em 2002, e um seguinte em 2004, que passava pelo aumento do espaço, com a construção de dois novos edifícios para habitação. Nada avançou. E, em 2008, chegou mesmo a estar autorizada a demolição para reconstrução de um novo edifício com cerca de 10 metros de altura.

“A ideia de reabilitar já vem de há 20 anos. Tivemos vários projetos licenciados pela Câmara Municipal, mas este é o único que permite uma vivência integrada com o hotel”, explica Paranhos Pereira, detalhando que este último projeto ficou fechado em 2015/2016, numa altura em que a escassez de escritórios de grande dimensão no centro de Lisboa ainda não era evidente como é atualmente.

Com dimensão e fachadas iguais, as novas Galerias Ritz terão entradas de luz natural no tecto, pátios e janelas amplas para a entrada de luz. Contrariamente ao projeto inicial de 1964, desta vez as galerias terão entrada para o hotel Ritz.

A comercialização do espaço deverá ficar na mão da SODIM que admite já ter recebido várias manifestações de interesse. Paranhos Pereira diz, no entanto, que esta fase só deverá arrancar na segunda metade deste ano, numa fase de construção mais avançada. “Pelas solicitações que temos recebido, esperamos já ter a escolha feita no final deste ano”, adiantou.

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