A IP – Infraestruturas de Portugal perdeu mais de 100 milhões de euros em receitas só no primeiro semestre. Este foi o impacto o primeiro impacto financeiro da pandemia para a empresa pública que gere as estradas e linhas ferroviárias nacionais, segundo o relatório e contas divulgado esta sexta-feira junto da CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
À conta disto, a IP apresentou prejuízos de 48,5 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2020, o que compara com lucros de 35 milhões de euros no período homólogo de 2019.
A maior penalização verificou-se na rodovia. As receitas com as portagens caíram 36,4 milhões de euros (-23%), para 119,4 milhões de euros. Os ganhos com a contribuição de serviço rodoviário (incide sobre os combustíveis) diminuíram 62,9 milhões de euros (-19%), para 268,8 milhões de euros.
Nos serviços ferroviários, a quebra de receitas foi menos expressiva (-12%), para 35,4 milhões de euros.
A maior quebra das receitas rodoviárias explica-se com as fortes restrições aplicadas durante o estado de emergência, sobretudo nas deslocações entre concelhos. O tráfego nas estradas a cargo da IP por veículos ligeiros caiu 30% no primeiro semestre; nos pesados, o recuo foi de 7%.
Na ferrovia, a CP funcionou com 75% da oferta de comboios suburbanos e manteve ainda parte dos serviços regionais e de longo curso. Também se manteve o transporte de mercadorias pelas linhas de comboio.
Até ao final deste ano, a IP antecipa uma perda total de rendimentos de cerca de 170 milhões de euros. Mas a empresa liderada por António Laranjo previne o mercado: este valor “dependerá muito da forma como a pandemia irá evoluir” no último trimestre deste ano.
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