//IVA no golfe mais baixo pode atrair mais turistas para Portugal

IVA no golfe mais baixo pode atrair mais turistas para Portugal

Os praticantes de golfe são dos turistas que gastam mais nos países por onde passam e a atividade desportiva ajuda também a combater um dos desafios que o turismo em Portugal enfrenta: a sazonalidade. Mas, neste campeonato, Portugal – que tem mais de 90 campos de golfe – não joga em pé de igualdade: “Há países que têm um IVA mais baixo para o golfe, como Países Baixos, Suécia e Polónia. É uma atividade em que os países concorrem uns com os outros; tens de concorrer com Espanha, Turquia e outros. A diferença na taxa do IVA entre as várias geografias faz uma grande diferença no preço”, diz Lodewijk Klootwijk, secretário-geral da Golf Course Association of Europe (GCAE), que vai realizar de 3 a 5 de fevereiro, em Cascais, a European Golf Conference, que reúne 250 dos profissionais mais influentes do golfe.

O debate em torno de uma eventual descida do IVA para esta modalidade não é novo. Os principais rostos da atividade turística no país já o têm defendido. Mas o tema ultrapassa as fronteiras. Lodewijk Klootwijk é um firme defensor dos interesses dos países europeus neste segmento, estando a abordar o tema em Bruxelas: “O IVA é um dossiê pesado e por isso continuamos a falar com a Comissão Europeia.”

Portugal foi eleito em 2018, pela quinta vez, o melhor destino de golfe do mundo. O Algarve – onde estão localizados perto de metade dos campos – é o melhor destino do mundo para este desporto em 2020. O reconhecimento que o destino tem tido já reflexo na economia. Os dados do Conselho Nacional da Indústria do Golfe indicam que os campos nacionais geraram 140 milhões de euros em receitas diretas em 2018. O impacto direto e indireto – o que inclui receitas em segmentos como a hotelaria, imobiliário, restauração e transportes – nesse ano está avaliado em 1,8 mil milhões de euros.

Estes jogadores “ficam talvez por uma semana, em bons hotéis e gastam dinheiro em alimentação e museus. Os golfistas são dos turistas que gastam mais em termos mundiais. É por isso que a indústria do golfe é tão interessante. Os espanhóis entenderam isso muito bem, fazendo pacotes combinados para darem um IVA mais baixo. Talvez fosse uma boa ideia para Portugal”, diz Klootwijk .

Os britânicos são, entre o público estrangeiro, quem mais procura os campos nacionais para o golfe, seguidos pelos escandinavos. O brexit pode ser, admite o responsável, um desafio para a atividade em Portugal. Mas há outros para as empresas e que são à escala europeia: “O setor do golfe está numa espécie de transição. Temos sucesso com o grupo etário entre os 50 e os 70 anos, mas temos de atrair novos grupos. Queremos atrair pessoas entre os 40 e os 60 anos.” O facto de estas comunidades serem vistas como algo fechadas é uma ideia que tem de ser combatida e esse é um dos temas que vai ser focado na conferência. “Uma vez por ano os empreendedores do golfe juntam-se, porque querem avançar no negócio. E isso faz-se juntando as pessoas que podem inspirar-se umas às outras. Partilham experiências para inspirar-se para a próxima temporada, para o próximo ano.”

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