O presidente do conselho de administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), Jaime Gama, considerou a morte do empresário Alexandre Soares dos Santos como “uma grande perda” para a economia e para o mecenato no país.
Para Jaime Gama, Alexandre Soares dos Santos “era um espírito livre que gostava de apresentar com frontalidade todas as suas ideias e que se manteve até ao fim da vida com uma incansável energia, a refletir não só sobre o horizonte estratégico do seu grupo empresarial como também sobre as questões relevantes do país, da Europa e do mundo”.
“Na Fundação Francisco Manuel dos Santos tivemos sempre a sua presença interveniente, o estímulo para trilhar caminhos de independência, julgamento crítico, objetividade e incentivo ao debate de ideias”, acrescentou o antigo presidente da Assembleia da República e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.
Rui Nabeiro “muito triste” lembra “grande homem e empresário”
O presidente do grupo Nabeiro, Rui Nabeiro, reconheceu estar “muito triste” com a morte de Alexandre Soares dos Santos, um empresário que tinha a ambição de “prestar serviço à comunidade”.
O comendador afirmou que “é com muita tristeza que se vê desaparecer um grande homem, grande empresário. É um momento de reflexão”.
“Eu conhecia-o bem, éramos amigos, e era meu cliente. Havia muita consideração de parte a parte. Sinto muita tristeza. É o caminho de todos, é certo, mas há homens, que, dada a sua atitude, deveriam permanecer mais tempo entre nós”, comentou.
Para Rui Nabeiro, o antigo presidente da Jerónimo Martins “é quase um caso único, no trabalho de retalho e de representação muito digno. Um homem com força, vontade e capacidade”.
“Ele pensava sempre no amanhã, e em querer fazer melhor e mais, não por uma ambição apenas de querer ter, mas de prestar serviço à comunidade”, acrescentou.
AEP recorda figura “incontornável para muitas gerações de empreendedores”
A Associação Empresarial de Portugal (AEP) recorda “a figura de grande relevância de um dos maiores empresários portugueses”. Foi uma referência “incontornável para muitas gerações de empreendedores portugueses e estrangeiros, cujo trabalho ao longo da sua longa carreira deu um impulso que projetou a Jerónimo Martins para um reconhecimento que muito tem contribuído para a afirmação da imagem de Portugal no exterior”, diz em comunicado.
O presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro, destaca o seu “papel de gestor, nos negócios, na cultura e na identidade e valores que deixa para sempre ao mundo empresarial”.
A AEP realça ainda o contributo de Alexandre Soares dos Santos na vida social e cultural portuguesa pelo trabalho desenvolvido na Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Luís Palha lembra “homem muito sonhador”
Luís Palha da Silva, que entrou em 2002 para o grupo de Alexandre Soares e foi uma das figuras que ajudou o empresário a traçar o rumo do êxito, lembra “um homem muito sonhador”, que sempre o acompanhou nos 10 anos em que esteve na Jerónimo Martins.
“Foram 10 anos de colaboração muito intensa, quase diária, e em que me senti sempre muito apoiado e motivado”, disse. Segundo Luís Palha, Soares dos Santos era uma pessoa “muito motivadora e muito sonhadora”.
CCP salienta a aposta na “internacionalização”
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, lembrou o papel importante que o empresário Alexandre Soares dos Santos teve na modernização do setor em Portugal.
Lembrando Alexandre Soares dos Santos como “uma personalidade polémica”, João Vieira Lopes referiu também que a Jerónimo Martins foi “o único grupo português [que teve] uma internacionalização efetiva na área alimentar, em particular na Polónia e na Colômbia”.
“Penso que isso são questões marcantes e importantes para a evolução do comércio em Portugal”, afirmou.
Horta Osório sublinha “visão estratégica” notável
O presidente do Lloyds Bank, António Horta Osório, lembra que Alexandre Soares dos Santos foi “um empresário com uma visão estratégica e sentido de responsabilidade notáveis” na forma como ao longo dos últimos 50 anos conduziu os negócios da família.
“Sempre com enorme foco na constituição e desenvolvimento de bons quadros tornou o seu grupo líder na distribuição em Portugal e na Polónia”, sublinha o banqueiro. Soares dos Santos “aliou este sucesso empresarial a uma forte vontade de contribuir para o desenvolvimento do pais através das fundações que criou”, diz ainda.
Para Horta Osório, o empresário possuía “um enorme sentido de família” e “soube preservar a unidade e controlo familiar do grupo”. E frisa o “privilégio de ter podido privar com ele e a sua família em maior profundidade nos últimos nove anos e podido contar com os seus conselhos e amizade”.
Siza Vieira lamenta perda de “grande líder empresarial”
O ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, lamentou a morte do empresário Alexandre Soares dos Santos, “um grande líder empresarial, com um perfil multifacetado e um percurso incontornável na história recente de Portugal”.
Siza Vieira recordou o percurso de Soares dos Santos que “ao longo dos anos, transformou uma empresa familiar num dos maiores grupos empresariais portugueses”. O governando salientou a aposta do antigo líder da Jerónimo Martins “na formação de quadros, nas parcerias empresariais, na inovação e na internacionalização como suportes de uma estratégia de crescimento sustentado.”
O governante lembrou ainda os contributos para “o desenvolvimento da economia nacional” e, “raro entre nós, para o estudo e conhecimento da sociedade e das instituições portuguesas”, através da criação da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Cavaco Silva lembra que “visão estratégica fará muita falta” ao país
O ex-Presidente da República Cavaco Silva afirmou que “a visão estratégica de Alexandre Soares dos Santos fará muita falta” e que, com a sua morte, se “perde uma das vozes mais conscientes das fragilidades e capacidades” de Portugal.
“Com a morte de Alexandre Soares dos Santos, Portugal perde a sua ímpar capacidade de liderança empresarial, mas perde simultaneamente uma das vozes mais conscientes das fragilidades e das capacidades do país, sempre acutilante e desassombrado na sua análise. A sua visão estratégica fará muita falta”, afirma Aníbal Cavaco Silva, numa declaração escrita enviada à Lusa.
Para o ex-Presidente da República, “Soares dos Santos soube dar um impulso extraordinário ao grupo empresarial da sua família, mas manteve em cada momento a vontade de contribuir para o bem comum, a igualdade de oportunidades, a justiça social e o progresso do nosso país”.
António Saraiva sublinha o “guerreiro” criador de riqueza
O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, lamentou a morte do empresário Alexandre Soares dos Santos, descrevendo-o como um “guerreiro” e criador de riqueza e de emprego no país. O falecimento do empresário é “uma grande perda para o país”, sublinhou.
Para António Saraiva, Soares dos Santos “foi um grande criador de riqueza e de emprego, defensor da iniciativa privada e dos empresários”.
“Toda a vida pautou as suas atitudes por rigor e exigência na vida privada e empresarial, que fizeram com que a empresa familiar que liderava se transformasse num grande grupo que hoje é a Jerónimo Martins, com preocupações sociais, e obra social e cultural vasta”.
Recorda-o ainda como “um homem acutilante, assertivo e por vezes polémico, mas interessado pelo seu país, e que nos deixa mais pobres”.
APED destaca “contributo decisivo para a modernização” do setor
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) destaca que Alexandre Soares dos Santos teve “um contributo decisivo para a modernização do setor” e da “atividade empresarial” nacional. Para a APED, Soares dos Santos deixou um “legado que vai além das empresas”.
“Personalidade incontornável na distribuição em Portugal, teve um contributo decisivo para a modernização não só do setor, mas também da atividade empresarial no nosso país”, assinala a APED em comunicado.
A associação recorda ainda o empresário como um “cidadão socialmente empenhado”, que deixa “um legado que vai além das empresas, como provam as diversas iniciativas que lançou para mobilizar a sociedade civil”.
AIP destaca “referência” no mundo empresarial
O presidente da Associação Industrial Portuguesa, José Eduardo Carvalho, recorda que Soares dos Santos “é uma das maiores referências do empresariado português e um dos maiores investidores e empregadores da economia nacional”.
“Além de ter constituído o maior grupo empresarial português, distinguiu-se pela forma acutilante e corajosa como intervinha na reflexão e discussão da política económica e social do país”, diz José Eduardo Carvalho em comunicado.
CDS sublinha “forte personalidade”
O CDS-PP salientou a “forte personalidade” de Alexandre Soares dos Santos, reconhecendo-o como “um dos empresários mais emblemáticos e marcantes nos últimos 50 anos em Portugal”.
“O CDS-PP lamenta a morte do empresário Alexandre Soares dos Santos e destaca o papel relevante que, desde cedo, teve na economia, na sociedade e na cultura portuguesas”, sublinham os democratas-cristãos em comunicado.
Para os centristas, Alexandre Soares dos Santos destacava-se “pela presença imponente que não deixava ninguém indiferente”, recordando que era “alguém que levou a sério a responsabilidade social”.
UGT enaltece mérito empresarial
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, considerou “lamentável” a morte do empresário Alexandre Soares dos Santos, enaltecendo o seu mérito empresarial e a relação de proximidade com os seus trabalhadores.
“É lamentável, mas é a vida, é mesmo assim!”, disse à Lusa o secretário-geral da UGT. Embora sem ter uma relação próxima com o empresário, Carlos Silva disse reconhecer o mérito profissional de Soares dos Santos: “Foi um empresário que criou muitos postos de trabalho e uma relação de proximidade com aqueles a quem dava emprego”, destacando ainda o facto de a sua morte ter ocorrido já depois de o empresário ter deixado a sua família à frente do seu projeto empresarial.
Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, também em declarações à Lusa, apresentou condolências à família do empresário, mas escusou-se a mais comentários.
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