“A Jerónimo Martins Polska (JMP) discorda do entendimento e da conclusão da Autoridade Polaca da Concorrência e Protecção do Consumidor (UOKiK) e irá impugnar judicialmente a decisão”, reage fonte oficial do grupo quando contactado pelo Dinheiro Vivo.
“Ao longo dos 25 anos de atividade da Biedronka, o compromisso e a lealdade para com os consumidores foram várias vezes colocados à prova, incluindo em circunstâncias muito difíceis e sem precedentes, como este período de pandemia”, diz a mesma fonte.
“O sentido de missão e de dever da Biedronka para com os consumidores reflete-se, não só na política de preços baixos que norteia todas as suas iniciativas e práticas, mas também no esforço consistente que coloca na melhoria contínua de todos os processos, incluindo a etiquetagem de preços. No entanto, e tendo em conta a escala de operações da Biedronka – com mais de 3 mil lojas, cerca de 70 mil colaboradores e mais de 4 mil milhões de visitas de clientes entre 2017 e 2020 – há sempre a possibilidade de, por erro humano, faltarem alguns preços ou estarem mal colocados”, realça o grupo dono da maior cadeia de supermercados na Polónia.
“A empresa tem tomado medidas robustas, e acima das práticas do mercado, para reduzir estes erros pontuais, tendo estas medidas já produzido efeitos. Mantemo-nos firmes na nossa estratégia de fornecer produtos de qualidade a preços baixos todos os dias, criando valor e apoiando as famílias polacas e a produção e fabrico de alimentos na Polónia, especialmente nestes tempos difíceis”, reforça.
A coima do UOKiK, por práticas enganadoras nos preços nas lojas Biedronka, surgiu depois de queixas dos consumidores de que a cadeia exibia preços mais baixos nas prateleiras do que os pagos na caixa. Em outubro do ano passado, as reclamações dos consumidores, que segundo o UOKiK datam já, pelo menos, de 2016, levou o regulador a avançar para uma investigação.
Foi a segunda lançada em 2019 pelo regulador polaco, já que em setembro, o retalhista foi objeto de uma investigação por suspeita de vantagem comercial face a fornecedores. Caso se confirme, arrisca uma coima de 3% sobre as receitas.
A Polónia representa o maior volume de receitas do grupo Jerónimo Martins que fechou o primeiro semestre com vendas consolidadas de 9,3 mil milhões de euros (+4,6%), das quais 6,5 mil milhões de euros resultantes da Biedronka (+7,8%). Os lucros recuaram 36,2% para 104 milhões até junho.
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