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Portugal está a apostar cada vez mais na inovação e as empresas são um dos motores desse movimento. A NOS é uma delas, sendo reflexo disso a submissão de nove pedidos de patente ao Instituto Europeu de Patentes, em 2022. Pela primeira vez, a telecom liderada por Miguel Almeida está entre as companhias lusas que mais patentes pediram num ano.
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O número de pedidos efetuado teve influência direta da NOS Inovação, unidade “autónoma dentro do grupo NOS” que, não sendo “o único ponto de incubação da inovação” no grupo de telecomunicações, tem a missão de estruturar o know-how produzido, começa por explicar João Ferreira, diretor de product development da NOS Inovação, ao Dinheiro Vivo.
Nove submissões representam “pouco” no contexto internacional, “mas em Portugal é muito”, sendo que o conhecimento produzido não pode ser separado do investimento que o grupo NOS tem feito em investigação e desenvolvimento (I&D).
Desde 2019, a NOS tem alocado pelo menos 67 milhões de euros para atividades de I&D. Em 2019, a empresa investiu 67 milhões; em 2020 foram empregues 67,3 milhões; e em 2021 foram canalizados 67,7 milhões, segundo os dados do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional.
O diretor da NOS Inovação frisa que a telecom foi “dois anos consecutivos a empresa que mais investiu em inovação, em Portugal”, tendo em 2021 sido superada apenas pelos grupos Bial e Altice Portugal, apesar de ter investido mais do que nos anos anteriores.
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Qual a justificação, então, para só no último ano a empresa ter avançado com as patentes? “Estávamos a fazer um trabalho muito ad hoc e, no ano passado, foi a primeira vez em que houve um esforço para entregar tantos pedidos”, responde João Ferreira. De acordo com o gestor, após anos de um “investimento fortíssimo”, a empresa decidiu “estruturar conhecimento e estruturar inovação”, o que acabou por resultar em nove pedidos de patente.
Por isso, o diretor da NOS Inovação salienta que “a inovação não se consegue por casualidade”, indicando que há um conjunto de condições que devem estar reunidas. No caso da NOS, associou-se os resultados já alcançados com o investimento feito em I&D e a capacidade dos técnicos da empresa em produzir conhecimento.
O responsável da NOS pelo departamento de inovação não entra em detalhes, uma vez que as patentes requeridas ainda são provisórias. Contudo, indica que as patentes incidem sobre tecnologia de vision computer e texologia – ou seja, tornar a informação textual mais imersiva -, mas também visa a inteligência artificial, video delivery e nanomateriais.
Apesar de a NOS Inovação ser um departamento autónomo dentro do grupo, João Ferreira diz que a inovação é “incentivada” nos diferentes departamentos da telecom, nos diferentes polos da empresa localizados de norte a sul do país. Por isso, a NOS Inovação conta com o trabalho de entre cem a 200 pessoas – mas não só.
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A inovação da NOS beneficia também das diferentes parcerias desenvolvidas com universidades e politécnicos, sobretudo com o “Instituto Superior Técnico, nas componentes de engenharia, e com a Nova SBE, nas componentes de business analytics”. Acresce a participação da NOS em projetos europeus, algo que João Ferreira considera enriquecedor. Primeiro, porque “o leque de inovação precisa de ser europeu”, uma vez que a dimensão de Portugal acaba por limitar a escalabilidade de potenciais inovações e, depois, porque cria condições a sinergias entre o tecido empresarial e a academia.
Neste sentido, o gestor refere que a NOS tem “dezenas de parcerias” em vigor, estando a procurar mais. “Acreditamos que um ecossistema mais colaborativo e de parcerias estruturado faz a diferença”, sublinha o responsável.
Questionado sobre se a NOS ambiciona submeter a partir de agora mais pedidos de patente do fez que no ano passado, João Ferreira garante que o objetivo é superar os nove pedidos feitos em 2022. “Queremos fazer mais pedidos”, assevera o responsável da NOS Inovação.
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