//João Miranda deixa a liderança da Frulact

João Miranda deixa a liderança da Frulact

Após 35 anos ligado à Frulact, empresa que criou e que vendeu, em janeiro de 2020 aos franceses da Ardian, João Miranda deixa o cargo de chairman da empresa. A notícia foi avançada em comunicado.

“Depois deste longo e entusiasmante percurso, desde a fundação da Frulact em 1987, retiro-me com o sentimento de dever cumprido, e com um orgulho enorme, por sentirmos, enquanto acionistas, que deixamos este projeto num patamar de excelência e de reconhecimento a nível mundial, que só o poderá fazer continuar a voar! Hoje, a Frulact é uma empresa internacional, de origem Portuguesa, inovadora e com ambição. Exemplo dessa ambição é a recente aquisição do negócio de preparação de fruta da norte-americana Internacional Flavors & Fragances Group (IFF), concretizada há menos de um mês. Uma operação que vai acelerar o crescimento e a criação de valor do Grupo Frulact”, diz João Miranda, citado no comunicado.

O empresário diz que passará a dispor de mais tempo para acompanhar a família e promete que continuará a vibrar com as conquistas futuras do grupo. “Saio com a certeza de que os Frulacteanos vão continuar a trabalhar para garantir um futuro brilhante à empresa, e que a Ardian, reconhecerá o mérito dos Frulacteanos e honrará o legado da família Miranda”, sublinha.

Em nome dos novos proprietários da terceira maior fabricante mundial de preparados à base de fruta, que conta com 11 fábricas em três continentes, e que faturou, em 2020, cerca de 120 milhões de euros, o direito da Ardian Espanha e conselheiro da Ardian França, Gonzalo Fernandez, agradece “profundamente” o trabalho “notável” de criação, desenvolvimento e consolidação que João Miranda desenvolveu ao longo dos últimos 35 anos na Frulact. “Vamos continuar a trabalhar com uma equipa de excelência numa estratégia de crescimento sustentável que consolide a Frulact como uma referência no sector respeitando o legado dos seus fundadores”, assegura.

Em entrevista ao Negócios, João Miranda assume que a função de chairman não se adequa ao seu perfil pessoal. “Eu necessito de “fazer acontecer” para me realizar. Necessito de contacto humano e interação constante. Necessito da adrenalina diária e da partilha constante com as equipas. A função não executiva de “chairman” pode ser desenvolvida de diversas formas, mas o modelo defendido foi o de dar espaço às novas equipas de gestão, dado eu ter uma presença forte na organização. Em paralelo, as exigências de distanciamento que a pandemia veio trazer, afastou-me também fisicamente das pessoas. Confesso que fiquei em sofrimento. Tinha de tomar esta decisão”, diz o empresário. A intenção agora é ” dar robustez à Two4three, que é o grupo onde tenho projetos na agricultura, no imobiliário, no marketing digital e multimédia, na intermediação de crédito, etc. Irei continuar a fazer acontecer, e partilhar o que aprendi, nas áreas do empreendedorismo, liderança, estratégia ou inovação, e dispensar mais tempo para a área social, que é uma área apaixonante e de onde retiro muito prazer, bem como reforçar a minha relação com a academia e o associativismo, colaborando em áreas que me são queridas”.

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