John Pearson mostra-se otimista com o atual clima do comércio internacional apesar do conflito entre a China e os Estados Unidos ou o brexit. O CEO da DHL Express falou com o Dinheiro Vivo em Amesterdão, na apresentação do estudo anual sobre a conectividade dos países.
A guerra comercial entre a China e os EUA, o brexit são obstáculos ao comércio internacional. Qual o impacto na operação?
A nossa rota de tráfego entre os EUA e a China ainda é muito forte, talvez porque as pessoas receiem um aumento dos impostos e querem fazer chegar já os produtos. Não estamos a ver demasiado impacto. Por cada disputa comercial há uma nova oportunidade. O Trade Facilitation Agreement, da World Trade Organization (2017), retirou a burocracia para quem quer exportar, a parceria comercial entre o Japão e a Europa está em marcha. Há coisas positivas e há outras, com elevado perfil, como o tema China-EUA e o brexit. O referendo foi nesse sentido, precisamos de ver como termina. Há barricadas, mas há muita autoestrada livre, o que significa que ainda pode progredir.
Não acredita num hard brexit?
O meu trabalho é estar preparado para um hard brexit, para não haver um acordo. Se acontecer, temos de ter as contingências implementadas: rodoviárias, aviação, alfandegárias. A minha esperança é de que se chegue a acordo ou que haja um adiamento e todos teremos mais tempo. Somos uma grande organização, estamos numa boa posição para responder: se tivermos de contratar cem agentes alfandegários no Reino Unido podemos fazer isso e iremos fazê-lo.
Muitos portugueses compram em websites britânicos. A procura não poderá cair com as taxas alfandegárias?
Temos de perceber como será a movimentação das pessoas e dos bens. Sou otimista. Em certos valores, esse tipo de restrições não irão impactar o comércio. O Reino Unido é o maior parceiro comercial da Europa, é um jogo de apostas elevadas. O nosso trabalho é estar preparado.
*Jornalista viajou a convite da DHL
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