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A vimaranense ICC-Indústria e Comércio de Calçado, fabricante do calçado profissional Lavoro, tem em curso um plano de investimentos de cinco milhões de euros. O objetivo, explica Teófilo Leite, é “preparar a empresa para o futuro, aumentando as instalações, melhorando as condições de trabalho e a produtividade, através do investimento em novas tecnologias, como a robotização, o corte digital e a costura automática”. Mas não só. Na nova unidade da Póvoa do Lanhoso vai arrancar a injeção robotizada de solas com o reaproveitamento dos desperdícios gerados na produção, o que permitirá “um menor consumo de matérias-primas e uma redução na pegada ambiental dos produtos”, sublinha.
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A renovação da unidade em Guimarães era um objetivo antigo e que será posto em marcha este ano, com a duplicação da área da fábrica para os 10 mil metros quadrados. O projeto prevê ainda a instalação de painéis fotovoltaicos, que irão assegurar uma autonomia energética na ordem dos 50%. Quanto ao novo equipamento para a Póvoa do Lanhoso, está previsto que chegue durante o mês de junho, sendo que, um mês depois, estará em condições de arrancar a produção. “Neste momento, fazemos cerca de três mil pares ao dia. O objetivo, com estes investimentos, é chegar aos cinco mil pares. Significa ficar com uma capacidade produtiva de mais de um milhão de pares ao ano”, sublinha o presidente da ICC.
Com isto serão criados cerca de meia centena de novos postos de trabalho na Póvoa do Lanhoso, estando já ao serviço e em formação cerca de 30. A intenção é admitir os restantes durante os próximos dois meses, para que tudo esteja pronto a arrancar quando chegar o novo equipamento.
Já em termos de mercados, e depois de um ano “difícil”, marcado pelo aumento dos custos das matérias-primas na ordem dos 10% e dos salários na ordem dos 8%, mais uma fatura energética “imprevista” de 250 mil euros, o primeiro trimestre de 2023 revelou-se positivo, com vendas “acima das expectativas”. A empresa, que exporta mais de 80% da produção para 50 mercados, pretende reforçar a sua presença em África e na América. “Estamos preparados para olhar para os Estados Unidos e o Canadá, mas sem descurar eventuais oportunidades na América do Sul”, diz o empresário, que pretende duplicar vendas e chegar aos 40 milhões de euros em 2025, graças às “novas gamas de produtos, mais ricos e mais tecnológicos”.
O aumento da produtividade, na ordem dos 5%, permitiu, no ano passado, atenuar o aumento dos custos de produção, mas a meta, este ano, é ir ainda mais longe. “O grande desafio que temos hoje na empresa é conseguir, através da engenharia de produto, dos métodos e tempos, e dos equipamentos, conseguir criar condições para que a produtividade possa atingir uma melhoria desejável de 20%, que permitiria proceder a uma remuneração adicional aos trabalhadores da mesma ordem”, sublinha Teófilo Leite.
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Esta semana, a ICC recebeu nas suas instalações mais de 100 dos seus principais clientes nacionais e internacionais para lhes dar a conhecer as novidades da marca e os compromissos com a inovação. Um encontro que, acredita, irá “impulsionar ainda mais as vendas”.
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