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A Linha de Cascais vai receber profundas transformações até ao final de 2023: além de nova corrente elétrica e de sinalização mais moderna, uma das ligações ferroviárias mais utilizadas do país vai ter estações renovadas. Só desta forma é que poderão caber os comboios elétricos da atual frota da CP e as novas unidades que vão chegar até ao final desta década.
O investimento nas estações será de 12 milhões de euros e estará a cargo da Infraestruturas de Portugal (IP), a gestora da rede ferroviária nacional. O concurso público foi lançado na passada quinta-feira em Diário da República e as obras deverão arrancar na segunda metade de 2022, escreveu no sábado o jornal Público.
A renovação das estações da linha de Cascais ganhou importância nos últimos dois meses, depois da realização de testes por parte da CP. A transportadora pública, para preparar a compra de novas automotoras, colocou nesta linha uma unidade múltipla elétrica (UME) dos serviços urbanos do Porto, rebocada por uma locomotiva.
O comboio do Porto, contudo, não circulou em toda a linha de Cascais, relatou na altura o mesmo diário. À saída da estação da Parede, foi por três centímetros que o cais de embarque desta unidade não tocou na plataforma. Logo a seguir, a composição nem passou em São João do Estoril, porque não cabia.
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Os comboios urbanos do Porto – de 2001 mas os mais modernos da frota da CP – são 10 centímetros mais largos do que os Lisboa. As medidas das UME do Porto serão a referência para o caderno de encargos da transportadora pública no concurso de aquisição de 30 unidades só para a Linha de Cascais e de 18 automotoras elétricas para a futura ligação entre a Gare do Oriente e Cascais.
Mas as novas unidades só vão chegar perto do final desta década. Até lá, no final de 2023, terá de ser utilizada a atual frota elétrica da CP quando a linha de Cascais tiver a sistema de tensão que existe na restante rede ferroviária nacional, de 25 000 volts em corrente alternada.
Fonte oficial da IP confirmou ao Dinheiro Vivo confirmou que, “com a concretização das intervenções previstas no âmbito do projeto de modernização da Linha de Cascais, a via irá permitir a circulação das composições do operador ferroviário similares às UME”.
As obras nas estações também vão servir para uniformizar a altura da plataforma aos comboios, deixando de ser necessário a utilização de rampas para os passageiros com mobilidade reduzida ou com carrinhos de bebé entrarem nas composições.
A IP vai ainda criar passagens desniveladas para os passageiros nas estações de Santos, Belém e Monte Estoril. Também será eliminada a única passagem de nível nesta linha, em São João do Estoril, onde será construído um túnel, num concurso separado.
A modernização da Linha de Cascais vai custar um total de 75,6 milhões de euros, com 50 milhões de euros financiados por fundos europeus.
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