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Foz do Douro e Nevogilde, no Porto, são as zonas do país com o preço médio mais elevado por metro quadrado. Contudo, Lisboa continua com uma forte procura por parte dos investidores no que diz respeito a casas de luxo. O litoral do país não fica atrás e as zonas do Algarve, Vila Nova de Gaia e Oeste têm despertado o interesse dos estrangeiros. Na zona Oeste, a Nazaré atinge um dos maiores valores relativamente ao preço médio por metro quadrado.
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Os dados são do relatório, divulgado esta quarta-feira, analisa as transações imobiliárias intermediadas pela alemã Engel & Völkers (E&V,) entre 2020 e 2021, nos mercados do imobiliário de luxo.
O presidente da Engel & Völkers em Portugal, Espanha e Andorra, Juan-Galo Macià, considera que “Portugal pode e deve continuar a tirar partido das condições excecionais face a outros mercados com uma gestão cada vez mais eficiente”. “A oferta imobiliária de luxo terá de ser capaz de crescer em zonas menos desenvolvidas do interior do país, bem como nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, para poder enfrentar o impacto da mudança nas regras dos vistos gold”, acrescenta.
Grandes cidades
Lisboa
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Santo António é a zona que regista o preço médio por metro quadrado (m2) mais elevado (4 892 euros). Seguem-se as Avenidas Novas (4 672 euros), Misericórdia (4 653 euros), Campo de Ourique (4 441 euros), Campolide (4 439 euros), que registou uma subida de 34,19% no preço por m2, e Estrela (4 325 euros). Estas são as zonas do centro da capital que registaram os preços médios mais elevados, segundo a imobiliária.
A maioria das operações tem como objetivo a habitação permanente, mas algumas zonas como Alcântara, Parque das Nações, Penha de França e São Vicente são muito procuradas por investidores.
Porto e Vila Nova de Gaia
O Porto ultrapassa Lisboa nos preços médios por metro quadrado.
A Foz do Douro (5 000 euros/m2) e Nevogilde (5 100 euros/m2) são as zonas do país com o preço médio mais elevado por metro quadrado. A dimensão dos lotes, a qualidade das casas – antigas, históricas e reabilitadas – e a paisagem são fatores que contribuem para que as duas localidades registem os valores mais altos por m2. “Os compradores estrangeiros também privilegiam a Foz do Douro, o que também explica o facto de quase a totalidade das operações nesta zona terem como destino a habitação permanente”, revela o comunicado.
O centro histórico é escolhido pela proximidade com o rio Douro e pelas casas antigas. Bonfim, Cedofeita e Centro Histórico registaram uma elevada procura, representando cerca de 30 e 20% das operações.
Zonas do litoral
Algarve
A região algarvia continua a ser o destino de eleição para compradores estrangeiros.
Em Portimão, por exemplo, nove em cada 10 aquisições de propriedades intermediadas pela Engel & Völkers foram realizadas por compradores estrangeiros, como alemães, ingleses e suecos. Nas zonas de Vilamoura e Quarteira (3 367 euros/m2), os compradores estrangeiros, sobretudo de França e Suécia, representaram 75% das operações.
Carvoeiro e Porches, localidades em que o m2 está a 3 471 euros, atraem, principalmente, compradores franceses e suíços. Em Alcantarilha e Armação de Pera há mais investidores belgas e ingleses.
Já Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António são zonas mais procuradas para segundas residências. A capital de distrito do Algarve é um dos destinos mais procurados. Mas holandeses, suíços, norte-americanos, irlandeses e franceses preferem Tavira.
Oeste
Esta zona é composta por seis territórios: Óbidos, Caldas da Rainha, Peniche, Nazaré, Leiria e Alcobaça.
Em termos percentuais, o maior crescimento verificado nos dois últimos anos, nos imóveis geridos pela Engel & Völkers, verificou-se em Peniche, onde o preço médio por metro quadrado passou de 1 140 euros para 1 590, representando um crescimento de 39,47%.
Alcobaça e Leiria registaram subidas semelhantes, em torno dos 34%. Por seu turno, Óbidos apenas registou um crescimento de 3,26%. Nazaré é a zona mais cara da região do Oeste para comprar casa: o metro quadrado custa 2 370 euros.
“Em todas as outras cidades a escolha recai sobre apartamentos, com áreas entre os 100 e os 200 metros quadrados. Leiria diferencia-se, não só pela procura de habitação no centro da cidade, mas, também, por ser a única localização dominada por compradores nacionais”, lê-se na mesma nota.
Nos próximos dois anos, o responsável da Engel & Völkers antecipa “um contexto desafiante num ambiente de juros em alta, pela primeira vez em 11 anos, face aos novos riscos económicos e sociais que pairam sobre as economias europeias”. Contudo, acredita que existem poucas “alternativas de investimento que possam competir com a rentabilidade que oferece o segmento premium”.
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