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Um nome sonante, que estivesse intimamente associado a um serviço e fosse facilmente compreendido a nível internacional, foi o que a Havas Portugal procurou para o nome da nova marca dos Correios de Portugal (CTT), criada para gerir o negócio de cacifos inteligentes a nível ibérico, revela Alexandre Mendes, diretor criativo da Havas, na apresentação da Locky.
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Guiados pelo sentido de conveniência, os lockers permitem aos clientes realizarem compras na internet e recebê-las de forma segura, quando e onde quiserem, dispensando a sua presença no domicílio ou o adiamento de compromissos. De diferentes tipos de cacifos – indoor e outdoor (interiores e exteriores), small lockers (pequenos cacifos), refrigerados e com painéis solares – o plano passa por ter uma rede nos locais “onde as pessoas passam, onde vivem e onde trabalham”, refere João Sousa, administrador dos CTT, no mesmo momento.
Embora não o tenha sido inicialmente, este é um produto 100% português, garante o administrador. Os componentes, software e consequente fabrico são made in Portugal.
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“Ter uma marca ao serviço da concorrência”, segundo o CEO dos Correios de Portugal, João Bento, foi o principal motivo para afastar a marca dos CTT. Tornar a rede agnóstica, possibilitando a outros operadores de distribuição depositarem as suas encomendas, permitirá à empresa não só ganhar quota de mercado, como também contribuir para a redução de emissões carbónicas e para o descongestionamento das cidades, através de menos deslocações de veículos aos domicílios.
“Os CTT tiveram de se inovar e reinventar”, prossegue João Bento. Pelas suas palavras, “ser primeiro fazia toda a diferença”. Com o e-commerce em franco crescimento em Portugal e Espanha (embora em escala menor quando comparados a outros países da Europa), os Correios de Portugal reforçam assim a sua aposta neste segmento de negócio, que querem “captar e alavancar”, apresentando uma solução com um “papel decisivo na forma como nos relacionamos com aquilo que compramos”, afirma o responsável.
Através de um investimento de oito milhões de euros, a empresa pretende instalar mil cacifos em território ibérico até ao final do ano – aos que se somam os 250 já existentes. Depois dos mil, o objetivo é “continuar a crescer” e aumentar a rede nos dois países, reforça Francisco Travassos, presidente executivo da Locky, em entrevista ao Dinheiro Vivo.
“[A Locky tem] claramente um posicionamento nacional. Há uma maior concentração [de cacifos] nas grandes cidades, Lisboa e Porto, mas estamos em todos os distritos do país”, prossegue o também diretor de estratégia e desenvolvimento de negócio dos CTT, ressalvando a lacuna relativa a Bragança, “que será fechada nas próximas semanas”, e Ilhas, onde também querem estar presentes.
Para um cliente receber a sua encomenda num cacifo, terá apenas de pagar o valor dos portes de envio praticados pelo retalhista online, esclarece Francisco Travassos. Atualmente, a rede Locky está disponível nos sites parceiros dos CTT ou através de registo no “serviço de cacifos”, na página oficial dos Correios de Portugal, podendo ser posteriormente usada em qualquer outro site. O processo é simples: na hora de fazer a compra, basta escolher o cacifo onde quer receber a encomenda, depois, quando esta chegar ao locker, poderá ser levantada através da marcação do código que lhe é enviado via email e SMS, clarificam os CTT.
Presente em locais como centros comerciais, supermercados, postos de abastecimento, hospitais e estações intermodais, a solução, disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, está a conquistar cada vez mais parceiros, segundo o CEO da Locky. Lidl, Worten, Deloitte, Repsol, Ikea e Staples são alguns dos exemplos.
Considerando este um passo “essencial” para fazer crescer o negócio do comércio eletrónico em Portugal, os responsáveis pelos Correios de Portugal afirmam ter expectativas “bastante elevadas” no que respeita à Locky, prevendo um “payback (retorno) a quatro/cinco anos”, avança Francisco Travassos.
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