Partilhareste artigo
Depois de ter anunciado no início de outubro o outlet online, a Casa Peixoto, empresa com sede em Viana do Castelo vocacionada para o comércio de materiais de construção e decoração, 100% nacional, dá conta da sua estratégia de expansão das lojas físicas no país. Luciano Peixoto, CEO e filho do fundador, está confiante no crescimento do setor.
Onde vai abrir a nova loja no Porto e quando? O que terá de novo?
A nova loja da Casa Peixoto vai abrir em Paranhos, na Circunvalação, próximo ao Parque Nascente, no Porto. A abertura está prevista para final deste ano. Esta será a maior loja da Casa Peixoto pensada como uma verdadeira galeria de arte onde os clientes poderão encontrar as mais variadas soluções para concretizarem os seus sonhos. Haverá uma nova equipa especializada e totalmente orientada para o cliente, para lhe facilitar o processo de decisão. Teremos, como nas outras lojas, uma política de preço variada e ajustada às necessidades dos clientes e à sua capacidade financeira.
Em 2021, abriu uma loja em Aveiro (e agora outra no Porto) e ainda um segundo centro de logística em Portugal. Qual o montante de investimento neste ano?
Neste ano, o volume de investimento será de aproximadamente 10 milhões nestes projetos.
Com os novos espaços, qual a faturação esperada no final de 2021?
Esperamos alcançar uma faturação de aproximadamente 50 milhões de euros.
Quantas pessoas emprega e quantas deverão ser no final do ano?
Neste momento, a Casa Peixoto emprega mais de 200 colaboradores e prevemos um recrutamento bastante ativo, nomeadamente devido à abertura da nova loja do Porto. Até ao final do ano, pretendemos reforçar a nossa estrutura com cerca de 50 novos colaboradores, para diversas áreas. Temos vindo a recrutar nas mais diversas áreas, quer para os serviços centrais quer para armazém e também para outras lojas.
Com facilidade?
Os recrutamentos estão a avançar bem, mas sentimos uma ligeira dificuldade nos quadros mais técnicos, que exigem um know how especializado em determinada área e, nessas situações, tem sido mais difícil encontrar perfis que se enquadrem naquilo que são as nossas exigências. Ainda assim, na Casa Peixoto apostamos muito na formação das nossas equipas e acreditamos que esta aposta na formação tem facilitado muito a integração de novos colaboradores.
A nível nacional, há mais investimentos em perspetiva?
Já começámos a trabalhar para uma futura abertura de loja em Lisboa, na zona da Gare do Oriente que será a nossa montra na capital do país. Com isto, prevemos crescer ao nível de postos de trabalho e de área de exposição. Temos vindo a desenvolver uma estratégia de continuidade que tem vindo a ser implementada no sentido de nos expandirmos a nível nacional, de forma a abranger os vários pontos do país. Na Casa Peixoto estamos sempre atentos ao mercado, às necessidades dos nossos clientes, às oportunidades de negócio e, por isso, como empreendedores que somos, não descartamos uma possível parceria, uma oportunidade a explorar.
No contexto internacional, além da loja de Paris, há outras a caminho? Quais as apostas?
Somos ambiciosos, mas também muito cautelosos nos investimentos que fazemos e nos projetos que abraçamos. É com este equilíbrio entre a ambição e a cautela que temos vindo a crescer progressivamente, ao longo destes 45 anos, de forma muito sustentada, o que nos permite realizar investimentos seguros. Está previsto, nos nossos planos, reforçar o investimento na rede comercial em Paris, onde concorremos com os melhores a nível mundial. As parcerias em destinos mais longínquos já fazem parte da estratégia de crescimento sustentável da Casa Peixoto e mantemo-nos atentos e disponíveis para explorar novas oportunidades que possam trazer valor acrescentado ao nosso negócio.
Qual o peso das exportações? Exportam para quantos mercados?
Exportamos para mais de duas dezenas de mercados espalhados pela América do Norte; América do Sul; África e Europa. A exportação tem um peso considerável no negócio, sendo que os mercados PALOP têm tido maior relevância.
Em relação ao projeto de franchising em África, o que está previsto e para quando?
Temos o objetivo de aumentar a presença internacional, replicando o nosso modelo de negócio com parceiros estratégicos nos diferentes países. Já temos alguns parceiros e estamos a analisar propostas para a realização de novas parcerias.
Em que consiste a parceria com a Just a Change?
Na Casa Peixoto, ao longo destes 45 anos, temos tido sempre uma preocupação com aquilo que é a nossa responsabilidade social interna, a responsabilidade que queremos manter presente dentro da empresa e com os nossos colaboradores. A Just a Change é a primeira organização a quem nos queremos aliar, pelo seu espírito colaborativo e missão tão nobre. A parceria envolve a nossa contribuição através de donativo em género (materiais de construção), donativo financeiro e envolvimento dos colaboradores da Casa Peixoto na reabilitação de projetos de habitação.
Que leitura faz do mercado atual da construção em Portugal?
O mercado da construção é muito dinâmico e, não obstante a situação pandémica que ainda atravessamos, o setor da construção mantém uma evolução moderada e globalmente positiva. Acredito que os próximos tempos mantenham este mesmo registo. A generalidade das previsões, entre as quais das associações dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, aponta para uma taxa de crescimento de a rondar os 2,2% para este ano, prevendo-se que Portugal retome a trajetória de crescimento a partir de 2022, mas estamos otimistas e acreditamos que os números possam superar estas previsões.
Sentiu os efeitos da pandemia?
A pandemia trouxe uma mudança de paradigma e em relação à atividade na construção residencial. Temos vindo a observar uma resposta proativa, através da reconstrução e renovação de espaços privados e reabilitação de edifícios residenciais, o que se traduziu num aumento da venda de materiais de construção. A aposta na renovação dos espaços, como a cozinha, que se tornou o centro da vida familiar, salas de banho e espaços exteriores (pátios, piscina) de forma a torná-los mais agradáveis e adaptados a estudar, trabalhar ou fazer exercício, é uma tendência crescente.
A crise das matérias-primas está a afetar a atividade da empresa?
A crise de matérias-primas está a afetar a atividade em geral no setor da construção civil, a provocar atrasos nas obras e a refletir-se num aumento do preço desses materiais. E, por isso, há necessidade de fazer alguns ajustes. Temos vindo a sensibilizar os nossos clientes profissionais para a necessidade de fazerem algum stock, pois hoje em dia tornou-se mais difícil conseguir dar resposta às necessidades com a rapidez a que os habituámos. Nós próprios temos vindo a reforçar os nossos stocks por forma que os nossos timings de entrega não saiam prejudicados.
Deixe um comentário