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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 608 milhões de euros no primeiro semestre, revelou esta sexta-feira o presidente executivo do banco público, Paulo Macedo. Os resultados positivos já valem mais de metade dos 843 milhões alcançados durante todo o ano de 2022 e representam uma subida de 25% ou de 122 milhões de euros em comparação com o período homólogo, que gerou 486 milhões de euros.
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O presidente executivo destacou que “o conjunto de resultados gerados desde a recapitalização de 2017 permitiu saldar os prejuízos acumulados dos exercícios de 2011 a 2016”, acrescentando que este é “um resultado histórico”.
O bom desempenho deve-se sobretudo aos resultados recorrentes da “área internacional que já superam os 102 milhões de euros, mantendo a tendência de subida”, apontou Paulo Macedo.
A margem financeira consolidada aumentou 738,1 milhões de euros, devido essencialmente ao impacto da subida das taxas de juro nas operações de retalho, repartido entre o segmento de clientes particulares (+270 milhões de euros) e empresas e outros clientes (+148 milhões de euros).
Quanto à distribuição de dividendos, a Caixa entregou 352 milhões de euros, referentes a 2022, o mais elevado de sempre, acrescido da distribuição em espécie no valor de 361 milhões de euros, subordinada à autorização do Banco Central Europeu (BCE), na forma de entrega do edifício sede ao Estado, acionista único, totalizando estas duas operações 713 milhões de euros.
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Assim, a Caixa entregou, em 2023, 1,2 mil milhões de euros do valor da recapitalização de 2017, saldando 1 675 milhões de euros dos 2 500 milhões de investimento público. Ou seja, este ano, o banco público já devolveu 2/3 do total. Faltam ainda dois pagamentos para completar o valor global: um de de 243 milhões de euros e outro de 582 milhões. “A intenção é entregar a totalidade do valor em 2024/2025, se as condições de mercado se mantiverem”, indicou Paula Geada, CFO da CGD.
Os depósitos de clientes alcançaram 79 mil milhões de euros a nível consolidado e 69 mil milhões na atividade doméstica, onde foi mantida a liderança na quota de mercado (23%), tal como a do segmento de particulares, onde se registou uma quota de 31%.
Relativamente ao crédito a clientes, a Caixa alcançou 53 mil milhões de euros em termos consolidados dos quais 45 mil milhões em Portugal, valores estabilizados face ao período homólogo. A nível doméstico, este volume representa uma quota de mercado de 18%, preservando a liderança, com destaque para o crédito à habitação (23%), que, ainda assim, caiu 2,1% face a dezembro do ano passado.
Já o valor cobrado de comissões decresceu 5%, face ao período homólogo para 289 milhões de euros., prevendo-se a continuação da descida até ao final do ano, prevê Paulo Macedo.
As provisões e imparidades aumentaram 496,2 milhões de euros face ao período homólogo de 2022. No entanto, esta variação foi influenciada por fatores não recorrentes, associadas, essencialmente, ao programa de reestruturação do pessoal e à alienação de ativos não core do ano passado.
Assim, deduzido de efeitos extraordinários, o crescimento registado nas provisões e imparidades da atividade consolidada do primeiro semestre de 2023 foi de 378,5 milhões de euros. Deste valor, 332,5 milhões de euros dizem respeito a riscos de crédito, com o objetivo de fazer face à incerteza que marca a economia em 2023. Consequentemente, o custo de risco de crédito aumentou para 0,40% em junho de 2023.
(Atualizado às 18h36)
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