A EDP registou um lucro líquido de 519 milhões de euros em 2018, uma queda de 53% face ao ano anterior, com a atividade em Portugal a registar prejuízo pela primeira vez desde o início da privatização da elétrica, em 1997.
São os lucros mais baixos que a EDP apresenta desde 2004. Apesar da descida do lucro, a EDP vai propor a manutenção do dividendo de 19 cêntimos por ação.
“Excluindo todos os efeitos não recorrentes e, bem assim, a desconsolidação das operações de distribuição das redes de gás alienadas em 2017, o resultado líquido recorrente subiu 3% em termos homólogos, para 797 milhões de euros em 2018”, refere a EDP no comunicado divulgado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e provisão caiu 17% para 3.317 milhões de euros.
A dívida líquida caiu 3% para 13,5 mil milhões de euros ajudada pela venda do défice tarifário em Portugal e aumento de fluxos de caixa das operações internacionais.
Os resultados do grupo liderado por António Mexia foram penalizados pelas medidas regulatórias em Portugal, nomeadamente a provisão de 285 milhões de euros relativa a alegadas rendas excessivas recebidas pela EDP.
Segundo a EDP, os custos totais com medidas regulatórias em 2018 ascenderam a 672 milhões de euros, um aumento de 400 milhões de euros, antes de impostos.
A atividade em Portugal, excluindo o contributo da EDP Renováveis, registou um prejuízo de 18 milhões de euros.
As contas da EDP em 2018 também comparam com resultados em 2017 que incluíram ganhos extraordinários com a venda do negócio de distribuição de gás em Espanha.
A EDP Renováveis e a EDP Brasil já tinham anunciado as suas contas anuais, tendo ambas apresentado os melhores resultados de sempre.
A EDP adianta, em comunicado, que em 2018 vendeu centrais de biomassa e mini-hídricas em Portugal.
Em 2018, a elétrica investiu mais 18%, superando os 2.000 milhões de euros de investimento, essencialmente focado nas renováveis.
A elétrica confirmou ontem que vai continuar a apostar nas renováveis e desinvestir em ativos de geração de eletricidade em Portugal.
O grupo apresenta amanhã, em Londres, uma atualização da sua estratégia aos investidores.
A apresentação acontece quando a EDP ainda está sob uma Oferta Pública de Aquisição do seu principal acionista, a China Three Borges, e o fundo Elliott pressiona o grupo com uma proposta estratégica alternativa à Oferta da chinesa.
* – A jornalista viajou a Londres a convite da EDP.
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