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O lucro do Abanca cresceu 40,7% em 2022 em termos recorrentes, para 217 milhões de euros, num exercício alavancado pelo bom desempenho do negócio e pelo controlo do custo de crédito, anunciou o banco galego esta sexta-feira.
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“Os principais fatores que explicam esta evolução são o bom comportamento da margem financeira (+14,2%) e o aumento da prestação de serviços (+9,4%)”, refere o Abanca em comunicado, destacando ainda “o aumento das vendas de seguros e a contribuição dos serviços de cobrança e pagamento”.
O banco diz ter terminado o ano “numa posição de grande solidez financeira, que o consolida como uma das instituições bancárias mais saudáveis do sistema financeiro espanhol”.
A cobertura de ativos duvidosos do Abanca em 2022 foi de 83,2%, enquanto o rácio do Texas foi 25,4%, a taxa de morosidade 2,0% e o rácio de ativos hipotecados sobre o balanço 0,3%.
Por sua vez, as receitas dos serviços bancários cresceriam 9,2%, as provenientes de cobranças e pagamentos 16,9% e as de produtos fora do balanço 2,3%, resultados que levaram a margem base a melhorar 12,9%.
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As despesas cresceram menos que as receitas, o que alavancou o rácio de eficiência para 67,7%, num ano em que a margem de exploração antes de provisões aumentou 5,0% – mesmo com a geração de menos 86 milhões de euros em resultados de operações financeiras face ao ano anterior.
O custo de risco “permaneceu sob controlo”, em 0,18%, com Abanca a atribuir este desempenho “à boa qualidade da carteira de empréstimos e à elevada cobertura”.
Quanto a Portugal, o segundo maior mercado do banco, apresentou um “desempenho semelhante em termos de crédito”, registando um aumento de 97,1% em crédito à habitação e de 12,9% em empréstimos a empresas.
Na conferência de imprensa de apresentação de resultados, o presidente do banco, Juan Carlos Escotet Rodríguez, afastou por enquanto novas integrações em Portugal.
“Portugal continua a ser para nós um mercado estratégico e temos, claramente, apetite para continuar a crescer, mas não podemos afirmar que tenhamos alguma operação em carteira”, afirmou, assinalando que a posição macroeconómica em Portugal “está melhor que em Espanha”.
Em 2022, o Abanca aumentou ainda o peso do negócio bancário com clientes nos seus resultados em cinco pontos percentuais, ao subir de 89% em 2021 para 94% no ano em análise.
Na atividade do grupo, houve um aumento de 0,8% no crédito à habitação, 11,7% no crédito ao consumo e 17,5% nos empréstimos a pequenas e médias empresas e trabalhadores independentes.
No ano em análise o Abanca acordou também a aquisição do Targobank Espanha ao Crédit Mutuel — a conclusão da operação está prevista para a segunda metade deste ano –, devendo o volume de negócios do banco superar os 111.000 milhões de euros.
Para este ano, o banco decidiu reduzir a percentagem de lucro destinada ao pagamento de dividendos de 40% para 25%, num esforço para “reforçar a sua capacidade de crescimento não-orgânico e continuar a gerar valor através de operações empresariais”.
Em termos de solvência, o rácio de capital do Abanca foi de 16,4% (12,5% de capital de qualidade máxima CET1) e o excedente sobre os requisitos regulatórios foi de 1.268 milhões de euros.
Em 2022, o volume de negócios gerido pelo Abanca foi 106.424 milhões de euros, dos quais os empréstimos e adiantamentos aos clientes ascenderam a 45.167 milhões de euros e a captação de recursos somou 61.256 milhões de euros. No mesmo período houve 110.000 novos clientes.
No total, houve um aumento de 6,7% do número de “clientes de valor” e mais 350.000 cartões emitidos, tendo ainda crescido o número de terminais POS em 5,9%.
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