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O Montepio fechou os primeiros nove meses do ano com lucros recorrentes de 94,9 milhões de euros, quase quadruplicando (297%) os 23,9 milhões registados no período homólogo, informou esta segunda-feira o banco, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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Estas contas excluem o efeito da reclassificação da reserva cambial negativa no valor de 116,1 milhões de euros associada ao Finibanco Angola, cuja venda no primeiro semestre determinou o apuramento de um resultado líquido consolidado negativo de 21,2 milhões de euros.
A entidade financeira liderada por Pedro Leitão assegura, no entanto, que a sua liquidez e rácios de capital não sofreram qualquer impacto. O buffer de liquidez do banco, aliás, era de 3,9 mil milhões de euros no final de setembro – o que traduz, segundo o mesmo, “uma confortável posição”.
Já no que respeita aos resultados recorrentes, a sua “evolução favorável” terá sido suportada sobretudo pelo produto bancário core, que cresceu 52% para 396,6 milhões de euros, impulsionado pelo disparo de quase 74% da margem financeira: o montante obtido da diferença entre os juros cobrados e os juros pagos passou a 301,1 milhões no final do terceiro trimestre.
Outra rubrica que contribuiu fortemente para os ganhos do banco foi a das comissões líquidas, que renderam 95,5 milhões de euros, mais 9% (ou 8,1 milhões, em termos absolutos) do que no igual período do ano passado, à boleia do “aumento de atividade”.
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Quanto ao balanço, a carteira de crédito do Montepio bruta totalizou 11,7 mil milhões de euros no final dos primeiros nove meses do ano, com o malparado a fixar-se nos 490 milhões, o que representa uma redução de 141 milhões de euros face ao valor apurado no final de 2022.
Os depósitos de clientes, por seu turno, atingiram os 12,8 mil milhões de euros até setembro, em linha com os 12,9 mil milhões homólogos, mas inferiores em 249 milhões (-1,9%) em relação a dezembro passado. De acordo com o banco, este decréscimo resultou da diminuição dos depósitos à ordem (-744 milhões) e do aumento dos depósitos a prazo (+504 milhões).
No conjunto dos nove meses, os custos operacionais do banco ascenderam aos 198,8 milhões de euros, refletindo um aumento de 6,3% da despesa, nomeadamente com o pessoal (+4,8%). Neste mesmo período, o Grupo Banco Montepio registou uma redução de 381 trabalhadores, para a qual contribuiu a desconsolidação do Finibanco Angola com 213 e a atividade doméstica com 168.
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