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O Crédito Agrícola alcançou um resultado líquido de 174,1 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, o que representa uma subida de 170,2% face ao período homólogo, ou seja, quase o triplo, anunciou esta quinta-feira o banco, através de comunicado.
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Este aumento dos lucros terá sido influenciado sobretudo pelo crescimento do produto bancário, que atingiu 456 milhões de euros – mais 57,9% do que o valor registado no primeiro semestre de 2022 -, e pelas receitas de comissionamento, que atingiram os 78,3 milhões, num avanço de 16,4% em relação aos mesmos meses do ano passado.
À semelhança das outras instituições financeiras, que já apresentaram resultados, também a liderada por Licínio Pina viu a margem financeira – correspondente à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – mais que duplicar para 334,4 milhões de euros. Esta taxa cifrou-se em 2,80%, e compara com 1,28% no período homólogo.
Em média, os ativos do banco cooperativo – como empréstimos – renderam uma taxa de 2,94% no primeiro semestre, contra os 1,26% homólogos, enquanto a dos passivos – de que são exemplo os depósitos – cresceu para 0,14%, sendo que até junho do ano passado tinha-se fixado nos 0,02%. Esta evolução é explicada, em grande parte, pela subida das taxas de juro.
Já as seguradoras do grupo contribuíram com 8,1 milhões de euros para o resultado líquido, mas, em sentido contrário, a margem técnica da atividade sofreu um decréscimo de 35,7%, em comparação com os primeiros seis meses de 2022, para 43,3 milhões de euros.
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Crédito e depósitos em queda
A carteira bruta de crédito do grupo totalizava os 11,9 mil milhões de euros no final do primeiro semestre, o que corresponde a um decréscimo de 0,1% face ao montante verificado no final do ano passado.
Quanto ao crédito à habitação, em específico, “verificou-se uma redução de 41 milhões de euros (ou -1,1%)”, justificada, em parte, por amortizações antecipadas de 132,8 milhões de euros (3,7% do total de empréstimos para compra de casa). Já o crédito a empresas registou um aumento de 0,8%, totalizando 6,93 mil milhões de euros.
Os recursos de clientes sob a forma de depósitos caíram 3% até junho, para 19,8 mil milhões de euros, o que significa menos 611 milhões de euros.
“Tendo-se verificado uma redução nos recursos de clientes (-611 milhões de euros) superior à redução do crédito líquido concedido a clientes no mesmo período (-50 milhões de euros)”, o rácio de transformação do Crédito Agrícola aumentou para 58,5%.
Relativamente à qualidade da carteira de crédito, o rácio de NPL (malparado) agravou-se para 5,4%, o que em termos absolutos, traduz um acréscimo de 44 milhões de euros. Este acréscimo “é justificado em 75% pelo segmento de crédito à habitação (particulares), de onde se destacam as reestruturações por dificuldades financeiras”, indica o banco.
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