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O Santander alcançou um resultado líquido de 621,7 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um valor que, além de representar um crescimento de 61,5% face aos 385,1 milhões registados no igual período do ano passado, fica acima dos lucros de 568,5 milhões de euros reportados no exercício de 2022, informou esta sexta-feira o banco à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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“Mantivemos uma trajetória de crescimento nos resultados que apresentamos, com indicadores sólidos que nos têm permitido continuar a apoiar as famílias e as empresas. Tal apoio assume uma importância acrescida no atual contexto de subida de taxas de juro e de um elevado custo de vida”, comenta Pedro Castro e Almeida, presidente executivo da instituição financeira, citado em comunicado.
A evolução do produto bancário, que ascendeu a 1,4 mil milhões de euros até setembro, num incremento homólogo de quase 51%, terá sido uma das principais explicações para os ganhos do Totta. Esta subida fez-se sobretudo pelo lado da margem financeira, que se fixou nos 1,03 mil milhões, 88,5% mais do que até setembro do ano anterior, à boleia da subida das taxas de juro.
O banco destaca, aliás, que o montante auferido na diferença entre os juros cobrados e os juros pagos permitiu compensar o decréscimo homólogo de 3,6%, para 345,7 milhões de euros, das comissões líquidas, causado pela “diminuição dos volumes de nova produção de crédito” e as “várias alterações legislativas que limitam a cobrança de comissões num conjunto de serviços bancários”.
Já do lado da despesa, os custos operacionais, cifrados em 387,4 milhões de euros, registaram um crescimento de 6,3% em relação ao igual espaço temporal de 2022, “muito refletindo o contexto de inflação elevada”, pelo que o resultado de exploração ascendeu a 1,02 mil milhões de euros, ou seja, mais 79,3% relativamente aos primeiros nove meses de 2022, aponta o Santander.
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Ao nível do balanço, a carteira de crédito da instituição totalizou 44,9 mil milhões de euros, aumentando 3,4% em termos homólogos, apesar de o stock de empréstimos à habitação ter caído 4% para 22,1 mil milhões, em reflexo das amortizações antecipadas. As quebras fizeram sentir-se também no segmento ao consumo (-4% para 1,75 mil milhões), enquanto o montante financiado às empresas subiu 13,9%, para 20,7 mil milhões de euros.
Quanto à qualidade da carteira, o banco diz ter permanecido elevada, ainda sem impactos de relevo, tendo o rácio de NPE (sigla inglesa para non-performing exposures, que se refere a crédito vencido ou com probabilidade de vir a ser) reduzido 0,4 pontos percentuais, para 1,6%. A respetiva cobertura fixou-se em 93,2%.
Os recursos de clientes, por seu turno, sofreram um decréscimo de 7,5% em relação aos primeiros nove meses do ano anterior, perfazendo os 43,2 mil milhões de euros. Esta redução é explicada pelas perdas de 9,7% nos depósitos, que se situaram em 35,4 mil milhões, associadas à amortização antecipada do crédito e à diversificação dos produtos de poupança por parte dos clientes – uma dinâmica que resultou num crescimento de 4,2% dos recursos fora de balanço.
Em termos de liquidez e solvabilidade, o Totta indica ter mantido durante este período uma “sólida posição de liquidez”, bem como “níveis de capitalização bastante elevados, claramente acima dos requisitos mínimos exigidos” pelo Banco Central Europeu (BCE).
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