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O Santander Totta fechou o primeiro semestre de 2023 com um resultado líquido de 333,7 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 38,3% face aos 241,3 milhões registados no período, informou esta sexta-feira o banco, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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“Os resultados que apresentamos hoje são muito positivos e são fruto de uma transformação contínua do nosso modelo de negócio, que nos tem permitido melhorar a eficiência operacional e proporcionar uma experiência superior aos nossos clientes”, nota o presidente executivo do banco, Pedro Castro e Almeida, citado no documento.
Apesar de os primeiros seis meses do ano terem sido “bastante desafiantes”, segundo o gestor, o Santander continuou a ver crescer o negócio em Portugal, à boleia da subida de taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE), tendo o produto bancário totalizado os 830,4 milhões de euros, numa subida de 35,5% em relação a junho de 2022.
Para tal, a margem financeira, correspondente à diferença dos juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos, contribuiu com 586,5 milhões de euros, mais 58,4% – ou 216,2 milhões – do que no igual período do ano passado. Este desempenho permitiu balançar a quebra nas comissões cobradas aos clientes, cujo decréscimo foi de 3,5%, para 231,2 milhões.
O banco recorda que esta redução acontece num contexto de “taxas de juro mais elevadas” e de “alterações legislativas várias, que impedem a cobrança de comissões num conjunto de serviços bancários”. O resultado obtido nesta rubrica, acrescenta, traduz “uma diminuição dos volumes de nova produção de crédito”.
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Do lado da despesa, os custos operacionais agravaram-se 5,3% nos primeiros seis meses, em termos homólogos, para 255,4 milhões de euros, em resultado da atualização salarial implementada em 2023 – custos com pessoal aumentaram 4,9% – e dos impactos da inflação sobre os gastos gerais e administrativos, que dispararam 8,2%.
Corte no crédito e nos depósitos
O arrefecimento da procura de crédito por parte das empresas e das famílias, conjugado com o aumento das amortizações antecipadas, fizeram com que a carteira de crédito do Santander registasse uma quebra homóloga de 3,8%, para os 41,9 mil milhões de euros.
Esta é uma tendência transversal a todas as instituições financeiras e deverá manter-se nos próximos tempos, já veio antecipar o Banco de Portugal (BdP), no “Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito”.
Do montante total, 22,4 mil milhões de euros são referentes à carteira de empréstimos à habitação, que encolheu 1,2% face ao final de junho de 2022. Outros 14,5 mil milhões correspondem a crédito a empresas, cujo stock se situou 9,2% abaixo do período homólogo, e 1,8 mil milhões a empréstimos ao consumo – estes cresceram 2%.
Quanto à qualidade da carteira, o rácio de NPL (sigla para a expressão em inglês non-performing loans) situou-se em 2,1%, uma redução de 0,1 pontos percentuais (p.p) face ao período homólogo, sendo que a respetiva cobertura se fixou em 88,6% (+6,5 p.p.).
Depósitos em linha descendente
À semelhança do que aconteceu no crédito, também os recursos totais de clientes do Totta contraíram para 44,3 mil milhões de euros, refletindo uma queda de 7,2% em comparação com o mesmo período do exercício anterior.
A explicação, aponta o banco, reside sobretudo na evolução dos depósitos de clientes, que baixaram 8,8%, para 36,6 mil milhões de euros, puxados pela amortização antecipada de crédito e pela diversificação de recursos. Em termos absolutos, isto significa que, no final de junho deste ano, havia menos 3,5 mil milhões de euros nos cofres do banco.
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