//Lucros da banca crescem 49 milhões para quase 540 milhões no primeiro semestre

Lucros da banca crescem 49 milhões para quase 540 milhões no primeiro semestre

O ano não está a correr de forma igual para todos os bancos em Portugal. Enquanto a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Banco BPI e o Montepio registaram uma melhoria nos seus resultados, o Millennium bcp e o Santander viram os lucros recuar na primeira metade deste ano. No total, destes cinco bancos que já reportaram os seus resultados semestrais, regista-se um aumento de 49 milhões de euros nos lucros face ao registado nos primeiros seis meses de 2020. No global, os cinco bancos lucraram 539 milhões de euros no primeiro semestre deste ano.

O banco público divulgou ontem à tarde os seus resultados, tendo registado o maior lucro líquido do setor, de 294 milhões de euros, o que corresponde a uma subida homóloga de 18%. O resultado líquido da CGD inclui “um resultado extraordinário de 44,3 milhões de euros [depois de impostos] decorrentes da reavaliação das responsabilidades com benefícios pós-emprego e provisões para o programa de pré-reformas”. O resultado líquido corrente foi de 250 milhões de euros o que corresponde a um aumento de 26,2% face ao resultado corrente do primeiro semestre de 2020. O banco contabilizou imparidades de crédito de 90,2 milhões de euros, “um reforço face aos 59,7 milhões de euros registados no trimestre anterior”. margem financeira da CGD “diminuiu 43,6 milhões de euros [-8,4%] face ao mesmo período do ano anterior, afetada, em especial, pela queda das taxas de juro no mercado, com reflexo direto nos indexantes da carteira, bem como pela baixa generalizada dos spreads nas novas operações, fruto da competitividade do mercado”.

“Estamos mais otimistas em relação ao futuro”, disse Paulo Macedo, presidente executivo da CGD, na conferência de apresentação dos resultados do banco, transmitida online. Frisou que este otimismo não se aplica aos “proveitos da banca”, que deverão ficar estagnados nos próximos anos, mas no sentido de que, se houver apoios às empresas portuguesas, “os bancos não serão tão afetados nas suas imparidades”. Quando a dividendos, indicou que, “entre o ano de 2021 e o ano de 2022, mais o que já foi distribuído, será seguramente distribuído ao acionista um montante superior a 500 milhões de euros”.

Quanto ao BPI, os lucros do banco subiram de 43 milhões de euros para 185 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, incluindo dividendos do angolano BFA.

No caso do BCP, os lucros descerem 84% para 12,3 milhões devido ao “reforço de 214,2 milhões de euros das provisões para riscos legais associados a créditos em francos suíços concedidos na Polónia e itens específicos de 87,2 milhões de euros em Portugal, respeitantes essencialmente a custos de reestruturação”. O presidente executivo, Miguel Maya, disse que o banco vai esperar pelos resultados do terceiro trimestre para ter mais “visibilidade” e tomar uma decisão sobre a distribuição de dividendos aos acionistas, “sabendo que é muito importante pagar dividendos”.

Quanto ao Santander, em Portugal, registou uma queda de 53% nos lucros, para 81,4 milhões de euros. O banco frisou, no comunicado que enviou com os resultados que, no primeiro trimestre, “foi registado um encargo extraordinário, no valor de 164,5 milhões de euros [líquido de impostos], para fazer face ao plano de transformação em curso, com a otimização da rede de agências e investimentos em processos e tecnologia”.