Partilhareste artigo
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) obteve lucros de 285 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, refletindo um aumento de 96% face aos 146 milhões registados no período homólogo, informou esta quinta-feira. Esta evolução permitiu um aumento de 3,3 pontos percentuais na rentabilidade dos capitais próprios (ROE) do banco do Estado, para 13,1%.
Relacionados
O resultado líquido alcançado fez-se sobretudo do lado da margem financeira (diferença entre juros pagos e juros recebidos pela instituição financeira), que passou de 266 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022, para 611 milhões no final de março deste ano, ou seja, mais 345 milhões de euros, fruto da subida das taxas de juro.
“O contributo da atividade internacional foi também relevante para a evolução da margem financeira (+26 milhões de euros), com destaque para o BCI Moçambique (+13 milhões de euros) e para o BNU Macau (+8,5 milhões de euros)”, destaca a CGD, em comunicado.
Apesar de o banco “não ter aumentado os preçários em 2023”, referiu Francisco Cary, atual administrador com o pelouro financeiro (CFO), na apresentação dos resultados, “as comissões cresceram marginalmente”, ascendendo a 149 milhões de euros, uma diferença de três milhões em relação ao período homólogo.
Em sentido contrário, os custos de estrutura registaram um aumento de 16 milhões de euros (+7,8%) face a março de 2022, “ao qual não foi alheio o efeito da evolução da taxa de inflação”, pode ler-se.
Subscrever newsletter
Crédito e depósitos diminuem
A carteira total de crédito bruta da Caixa Geral de Depósitos totalizou 52,7 mil milhões de euros no final de março, verificando-se um “ligeiro decréscimo” de 0,5%, face ao final de 2022. A principal causa foi o abrandamento da procura do crédito à habitação, cuja carteira reduziu de 25 mil milhões em dezembro, para 24,7 mil milhões em março (-1,2%).
O volume de NPL (non performing loans) permaneceu estável, tendo o rácio de malparado atingido 2,5%, que comparam com os 2,4% observados em dezembro do ano passado. “A Caixa continua a apresentar uma posição muito favorável dos seus níveis de cobertura quando comparada com a média nacional e europeia”, garante o banco.
Também os depósitos de clientes nacionais diminuíram 339 milhões de euros (-0,5%) face ao período homólogo, totalizando 80 mil milhões no primeiro trimestre. Relativamente à saída destes depósitos, embora sejam justificados, em parte, pela fuga para os Certificados de Aforro (CA), “parte relevante foi para a amortização antecipada de crédito à habitação”, revelou o CFO.
A relação de crédito face a depósitos, o chamado rácio de transformação, “está em níveis historicamente baixos”, destacou o administrador financeiro, dizendo que “não tanto pelo lado do crédito, mas sim pela diminuição dos depósitos”.
Notícia atualizada
Deixe um comentário