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Os lucros do Millennium BCP quase duplicaram para 215 milhões de euros no primeiro trimestre do ano face ao período homólogo. De janeiro a março deste ano, “o resultado líquido foi de 215 milhões de euros o que compara com 112,9 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022, é um crescimento de 90,5%”, apesar dos efeitos negativos do Bank Millennium na Polónia, detido em 50% pelo banco português, que gerou encargos totais de “205,7 milhões de euros”, anunciou esta segunda-feira o presidente executivo do banco, Miguel Maya, durante a apresentação dos resultados do primeiro trimestre do ano.
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Os resultados negativos do banco polaco impactaram impactaram 102,85 milhões de euros nas contas do BCP.
O CEO do BCP destacou que dos custos gerados com a filial polaca, “71,6 milhões resultaram de ajustamentos mais conservadores aplicados ao modelo de provisionamento”, sublinhando “o resultado positivo registado de 127 milhões relacionado com a venda da participação (80%) da Millennium Financial Services no âmbito da parceria estratégica na área de bancassurance”.
A atividade bancária em Portugal gerou um lucro de 170,8 milhões de euros, no primeiro trimestre de 2023, o que corresponde a um crescimento de 58,7% face aos 107,6 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior.
A margem financeira, isto é, a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos, aumentou 42,9% para 664,6 milhões de euros, com a taxa da margem a avançar de 2,19 para 3,25%. Em Portugal, a taxa situou-se nos 2,44%, com o CEO Miguel Maya a sublinhar que está em linha com outros países, como a Alemanha.
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Na apresentação, Miguel Maya destacou o reforço dos rácios de capital do banco, com o CET1 a atingir 13,6% e o rácio de capital total a fixar-se nos 18%.
Os recursos de balanço do grupo cresceram 4% face ao período homólogo para 76,4 mil milhões suportados essencialmente pelo crescimento de 2,5 mil milhões (5,1%) dos depósitos em Portugal.
O BCP conseguiu, assim, resistir à saída de clientes para os Certificados de Aforro no início do ano, com os depósitos a subirem 2,2 milhões de euros, em Portugal, de 49,3 milhões para 51,5 mil milhões, sendo que os recursos totais de clientes aumentaram 0,5% para 67 mil milhões de euros. “É o único banco que apresentou um crescimento positivo dos recursos”, sublinhou Miguel Maya.
Já o crédito contraiu 2% de 58,5 milhões para 57,3 mil milhões de euros. Só o empréstimo pessoal cresceu, ainda que muito ligeiramente, de 6 para 6,1 milhões de euros. O crédito à habitação caiu 1,7% de 28,2 milhões para 27,7 mil milhões e o crédito às empresas recuou 3,4% de 24,3 milhões para 23,5 mil milhões.
O valor gerado pelas comissões bancárias subiu cerca de cinco milhões de euros, de 165,3 para 170,4 milhões de euros, no primeiro trimestre do ano. Só em Portugal o aumento foi de seis milhões de euros, de 115 milhões para 121 milhões de euros.
Quanto aos recursos humanos, o banco contratou mais nove trabalhadores, ainda que tenha reduzido em 13 o número de sucursais em Portugal, no primeiro trimestre do ano.
No final de março, o BCP contava com 6 273 trabalhadores, mais nove do que no final de março de 2022. Em relação ao trimestre anterior, o aumento foi de 21 funcionários.
Em termos de rede comercial, no final de março o BCP contava com 408 sucursais, menos 13 do que no final do primeiro trimestre do ano passado, mas mantendo o número de balcões do final de 2022.
(Notícia atualizada às 17h43)
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