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O Santander anunciou esta quarta-feira resultados financeiros, sendo que em Portugal o banco registou um crescimento homólogo do resultado líquido de 0,9%, para 298,2 milhões de euros.
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O crescimento ligeiro, no último ano, ainda foi marcado pelos efeitos da pandemia, mas também por medidas decorrentes da operação. O resultado líquido foi impactado pela necessidade de criar uma provisão de 164,5 milhões de euros (líquida de impostos), por causa do processo de reestruturação do banco, que se ficou na “otimização” da rede de agências e investimentos em processos de tecnologia.
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Acresce o registo de imparidades líquidas de ativos financeiros ao custo amortizado, que caiu 60,8% para 73,5 milhões de euros, em termos homólogos.
Nesse contexto, o resultado de exploração subiu 12%, para 789,4 milhões.
Na apresentação dos resultados, Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander Portugal, destacou o crescimento de quase 3% do produto bancário, acompanhado por uma redução de mais de 8 dos custos operacionais, bem como por uma melhoria do rácio de eficiência.
O produto bancário melhorou 2,8%, para 1.318,1 milhões de euros, com as comissões a registarem um valor líquido de 426,6 milhões (+14,3%), no final de dezembro. No entanto, a margem financeira caiu 7,3% para 731,2 milhões, com a pressão das baixas taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) no negócio da banca.
Relativamente aos custos operacionais, a operação portuguesa registou uma redução de 8,4%, fixando os gastos na operação em 528,7 milhões. Este controlo operacional está diretamente relacionado com o processo de reestruturação na empresa, que levou à saída de mais de mil trabalhadores (49 por despedimento coletivo). Nesse sentido, os gastos com pessoal caíram 13%, para 282,1 milhões, face ao ano de 2020. Mesmo assim, o rácio de eficiência da operação melhorou 4,9 pontos percentuais para 40,1%.
Reestruturação concluída. Custou 260 milhões
O processo de reestruturação levou o banco a reduzir os recursos humanos em 1.175 trabalhadores, bem como o encerramento de 79 balcões. Dos saíram do Santander, apenas 49 não aceitaram as condições de rescisão apresentadas pela administração e saíram por despedimento coletivo.
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O CEO do Santander Portugal disse que 96% dos trabalhadores saiu por mútuo acordo com o banco ou por sua iniciativa, enquanto 4% “acharam que através do tribunal podem ter melhor condições do que aquelas que o banco deu”. Estavam no seu direito”, afirmou Castro e Almeida, informando que já foram interpostas oito providências cautelares contra o banco, das quais quatro resultaram numa decisão favorável ao Santander.
Nesta apresentação de resultados, Pedro Castro e Almeida garantiu que a reestruturação ficou concluída em 2021, embora admita “um número pequeno” de saídas em 2022 através de reformas sobretudo, que poderão ser colmatadas com contratações “para a área digital”.
O Santander pagou 260 milhões de euros para a concretizar a referida reestruturação do quadro pessoal. A instituição liderada por Pedro Castro e Almeida encerrou o ano passado com 4.805 trabalhadores e 348 agências em Portugal.
Santander propõe dividendo de 480 milhões
Os dados divulgados apontam, ainda, para um valor bruto total de créditos a clientes de 43,4 mil milhões de euros. O valor representa um aumento de 1,7% face ao ano de 2020. O crédito à habitação destaca-se, notando-se uma subida de 6% neste tipo de crédito.
O crédito a clientes deu um salto de 5,6% para mais de 24 mil milhões de euros, ao passo que o crédito às empresas registou um ligeiro decréscimo de 1,6% para 16,1 mil milhões. O banco explica a diminuição do crédito empresarial com uma “série de vencimentos de operações ocorrida no segmento de grandes empresas”. Ao todo, a carteira de empréstimos somou 1,7% para 43,4 mil milhões.
O crédito a clientes deu um salto de 5,6% para mais de 24 mil milhões de euros, ao passo que o crédito às empresas registou um ligeiro decréscimo de 1,6% para 16,1 mil milhões. A carteira de empréstimos cresceu 1,7%, para 43,4 mil milhões.
Desta forma, as quotas de mercado de novos empréstimos de crédito a empresas e habitação situaram-se em 22,7% e 21,2%, respetivamente.
A administração do Santander Portugal garante ter uma qualidade creditícia “sólida” e níveis de capitalização “bastante elevados”. O banco anotou uma redução no custo do crédito, bem como uma diminuição na exposição dos créditos nos balanços.
No balanço das contas, e tendo em conta que o banco não tinha distribuído dividendos relativos a 2019, 2020 e 2021, os responsáveis do Santander Portugal anunciaram que este ano vão remunerar os acionistas, propondo um dividendo de cerca de 480 milhões de euros.
Este valor em causa será proposto na reunião de acionistas de dia 28 de fevereiro e refere-se ao ano de 2019. Sobre os anos de 2020 e 2021, tendo em conta que o banco acumulou capital por não ter remunerado acionistas, o Santander Portugal vai avaliar a situação e decidir se e que dividendos propõe relativa à atividade desses dois anos.
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