No ano em que se assinalam os 76 anos das Pousadas de Portugal, “estamos a criar uma nova geração de pousadas”, revelou ao Dinheiro Vivo, Luís Castanheira Lopes, presidente das Pousadas de Portugal.
O grupo Pestana, que gere a rede de alojamentos desde 2003, delineou uma nova estratégia para as 34 pousadas, num total de 1200 quartos. O objetivo é criar unidades maiores e diversificar a oferta.
O primeiro destino a receber intervenção está escolhido. Os papéis do projeto de remodelação e ampliação da Pousada de Setúbal, no Forte de S. Filipe, já foram submetidos e Castanheira Lopes disse que aguarda apenas por luz verde da autarquia para avançar com as obras, num investimento de um milhão de euros.
A proposta apresentada pretende aumentar a capacidade dos quartos. Para garantir o seu funcionamento, serão acrescentados 10 postos de trabalho que, por causa da suspensão da atividade da pousada em 2014, tinham sido reconduzidos para outras unidades da rede.
“O Forte de S. Filipe teve problemas estruturais na encosta da Serra da Arrábida, mas que já estão a ser resolvidos pela Câmara Municipal de Setúbal. Enquanto decorrem as obras, queremos aproveitar para fazer algumas mudanças na própria pousada. Os quartos irão passar de 16 para um total de 35 unidades. Com isto, iremos gerar 25 postos de trabalho”, explica. E sublinha: “Será para replicar”.
Este ano, serão ainda investidos aproximadamente três milhões de euros na abertura da Pousada de Vila Real de Santo António, cujo início das obras foi apontado para este mês. Ao todo, estima-se que venham a ser criados 57 quartos e 30 postos de trabalho.
Para além disso, vai avançar a construção do segundo polo da Pousada da Vila de Óbidos, a segunda do grupo na vila medieval, no antigo Hospital da Misericórdia, lá para o final do ano. “O número de quartos irá subir para 28”, afirmou Castanheira Lopes.
O grupo vai também lançar uma nova pousada na Rua das Flores, no Porto. Serão 87 quartos, num investimento de 14 milhões de euros. O hotel irá dar emprego a 50 pessoas.
Confrontado com a queda na hotelaria nacional ao nível dos hóspedes e dormidas, Luís Castanheira Lopes descarta cenários de dificuldade, embora admita: “Funcionamos em Portugal e somos influenciados pela diminuição da procura”.
Atualmente, segundo o mesmo responsável, os hóspedes que mais procuram as Pousadas de Portugal são os americanos, ingleses, alemães, brasileiros e espanhóis.
Já sobre aos planos de internacionalização da marca, recorda que continuam a acertar agulhas. As obras não arrancam tão cedo e ainda faltam escolher dois destinos para a renovação do contrato de concessão, válido até 2023.
A expansão internacional das Pousadas de Portugal começou em 2005 em Salvador da Bahia, no Brasil. Castanheira Lopes não esconde as dificuldades no Convento do Carmo: “Corre com as vicissitudes da realidade brasileira atual”.
No ano passado, o grupo ficou com uma antiga roça no ilhéu das Rolas, em São Tomé e Princípe, e um antigo club jockey em Montevideu, capital do Uruguai.
O Pestana detém 49% da Enatur, proprietária da rede de alojamento, sendo 51% do Estado, através do Turismo de Portugal. A marca Pousadas de Portugal é detida em cerca de 95% pelo grupo Pestana, sendo os restantes 5% da Fundação Oriente
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