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A TAP deverá fechar o ano com um aumento das receitas entre os 3% e os 4%. A garantia foi dada pelo CEO da companhia aérea que diz ter “a perspetiva de ter uns ótimos resultados em 2023”. Ainda assim, relembra que há um acordo com Bruxelas para cumprir e que, por isso mesmo, as perspetivas de crescimento nos próximos anos têm de ser refreadas.
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“Temos um plano de reestruturação para cumprir até 2025 e isso impede mais aviões e novas rotas. Vamos continuar a fazer melhor o que estamos a fazer”, referiu esta terça-feira, 12, Luís Rodrigues, num encontro com jornalistas.
Sobre os planos da transportadora para o território nacional garantiu que é preciso “gerir um portefólio de rotas e de aviões” que têm de ser “alocados onde servem melhor o país” e explicou que a estratégia continua a passar pela capital. Às críticas sobre a falta de aposta no Algarve, onde a TAP tem apenas uma quota de 2%, o também chairman da empresa pública assegura que “não existem condições”.
“Se em qualquer momento se justificar que faz sentido tirar [aviões] de Lisboa e do Porto e colocar no Algarve essa análise será feita. Neste momento, com as condições que temos, investir em qualquer sítio significa desinvestir noutro e não me parece que haja condições para pensar nisso. Temos de estabilizar a nossa operação, consolidar o que estamos a fazer bem e depois a partir daí logo se vê”, indicou.
Luís Rodrigues sublinhou o objetivo de tornar a transportadora “numa das melhores companhias da indústria” e admitiu que o foco nos últimos meses passou por desviar as atenções das notícias sobre a TAP e recuperar a operação.
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“O ano de 2023 foi uma montanha russa inacreditável. A TAP começou o ano como um saco de pancada de uma comissão parlamentar de inquérito que se tornou num evento mediático. Mais do que tudo, tivemos de trabalhar de modo a ir conseguindo tirar o foco disso e investir numa operação melhor”, analisou.
“Não será fácil” privatização em 2024
Já sobre a recomendação da comissão técnica independente (CTI), conhecida na passada semana, sobre a opção de Alcochete para o futuro aeroporto da região de Lisboa, Luís Rodrigues garante que “a missão [da TAP] é levar passageiros de um lado para o outro seja qual for o aeroporto”. “Desde que as condições sejam iguais para todos, não há problema nenhum”, acrescentou.
Os comentários aos temas quentes da atualidade foram parcos e ao dossiê da privatização da companhia respondeu com igual contenção. “O acionista é que tem de decidir qual é o melhor cenário”, disse, não escondendo, no entanto, reserva sobre o calendário da venda da empresa aos privados. Fechar a privatização em 2024 “não será fácil”, admite.
“Fácil, em 2024, não é. Vamos ter um governo em abril/maio e são poucos meses para o final do ano. Temos um verão sempre muito intenso, é possível mas não é fácil”, antecipou.
Por fim, e reagindo à resolução do Conselho de Ministros, que obriga a ANA a avançar com as obras na Portela, o CEO disse estar a trabalhar com a gestora dos aeroportos nacionais e com o governo.
“A TAP só quer que o aeroporto de Lisboa tenha as condições de eficiência e qualidade que qualquer aeroporto de uma cidade civilizada e moderna da Europa ocidental tem de ter. Temos trabalhado com a ANA e com o governo nesse sentido”, indicou.
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