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O ano passado foi um excelente ano para a Magic Beans. A empresa, fundada em 2017 e que presta serviços de aconselhamento em tecnologia para a cloud – viu o seu negócio crescer 75% para os 3 milhões de euros de receitas.
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Atualmente, o negócio está repartido entre Portugal – entre 60 a 70% do negócio – e Espanha. Vítor Rodrigues, CEO e fundador da Magic Beans, explica que divide os mercados em três estágios de desenvolvimento. Os que já têm algum nível de maturidade e onde a empresa tem as operações estabelecidas e os que vão ter uma margem de crescimento – Portugal e Espanha.
O segundo nível já passou pela fase de prototipagem e estabelecimento de parcerias e de networking e em que a empresa (diga-se filial) já está constituída – algo que o CEO da Magic Beans define como a fase de aceleração. Por outras palavras, Bélgica, Luxemburgo e Holanda.
No terceiro estágio estão os países em fase de arranque, “onde já temos operações, mas estamos a estabelecer os contactos, o networking e ainda estamos a desenvolver negócio”, afirma Vítor Rodrigues, que classifica esta fase como a fase embrionária. É o caso de Itália e Suíça. Fora estes mercados há ainda os países onde a empresa está numa fase anterior à da Itália e da Suíça. É o caso da Alemanha e da Áustria, países que, nesta semana, o CEO da Magic Beans anunciou pretender entrar no próximo ano.
Questionado sobre o futuro Vítor Rodrigues afirma que, em termos de potencial “acreditamos muito no mercado da Suíça e no alemão”, acrescentando que a empresa está direcionada para o setor privado. Apesar de a Magic Beans ter alguns projetos no setor público em Portugal e na Bélgica “não é a nossa prioridade”.
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Com um negócio que se “aplica a todas as indústrias”, a empresa opta por fazer segmentação de mercado. Em Portugal, por exemplo, isso significa “atacar” as empresas de dimensão abaixo “das grandes e até às médias”. Ou seja, organizações com faturação a variar entre os 30 e os 400 milhões de euros. Em mercados maiores, como a Espanha, a distinção vai desde os 50 e os 800 milhões. Como explica Vítor Rodrigues, dependendo da geografia, há diferentes valores. Basicamente, “as grandes das PME e as pequenas das grandes”.
Quanto à abordagem ao mercado, o CEO da Magic Beans explica que a empresa tem duas estratégias. Uma delas é nearshoring, em que se fazem negócios com um parceiro ou cliente local – forma típica para trabalhar mercados de grande dimensão como o Reino Unido e a França, onde Vítor Rodrigues confessa que não se vê a abrir filiais. Nos restantes países “acreditamos que para fazer um trabalho consolidado, consistente, que crie confiança nos nossos clientes e seja sustentável, devemos abrir filiais locais e contratar pessoas locais”.
Face a isto, o CEO da Magic Beans afirma que equaciona abrir mais filiais, com a Itália e a Alemanha a serem os principais candidatos. “No final deste ano decidimos (ou não) sobre a abertura da sociedade”, afirmou o executivo, que acrescentou que este ano estarão a testar os mercados germânicos.
Questionado sobre o porquê de apostar na Áustria – algo não muito comum – Vítor Rodrigues apontou o facto de o principal parceiro da Magic Beans gerir as três geografias. Deixar o mercado austríaco de lado seria “perder negócio e não colaborar com o meu principal parceiro”.
Entrar em mais mercados significa mais desafios, mas, também, a necessidade de aumentar a equipa. Mesmo porque uma das metas definidas por Vítor Rodrigues é, a curto/médio prazo, modificar o peso do mercado interno. Pretende-se que este represente cerca de 20% do negócio. Para o conseguir, entre outras estratégias, a empresa quer reforçar a sua equipa com mais 40 a 50 pessoas, sendo que 90% da mesma são consultores (diga-se engenheiros informáticos).
A par disso, e ainda na vertente dos recursos humanos, a Magic Beans anunciou o lançamento, ainda em janeiro, de uma academia interna de vendas. “Acreditamos que o que fazemos e a forma como o fazemos tem uma certa especificidade”, explica Vítor Rodrigues, acrescentando que a empresa tem metodologias próprias. A ideia da academia passa pela transmissão de conhecimento acumulado sobre essas mesmas metodologias assim como de processos, aos funcionários da Magic Beans. Porque “as vendas são uma profissão e não uma arte”.
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