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A rendibilidade dos sete maiores bancos a operar em Portugal aumentou para 9,3% no último trimestre de 2022, refletindo uma melhoria de 4,1 pontos percentuais face ao igual período no ano anterior, segundo revela o Pulse Report da consultora norte-americana Alvarez & Marsal (A&M). Além de se situar acima da média europeia (8%), este patamar coloca as instituições um passo à frente no objetivo de um ROI de dois dígitos.
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A empresa analisou os principais indicadores financeiros da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Millennium BCP, Santander, Novo Banco, BPI, Crédito Agrícola e Montepio ao longo de 2022, incluindo os de crescimento, liquidez, eficiência, risco, rendibilidade e solvabilidade. Retiradas as conclusões, BPI, CGD e Santander – por esta ordem – compõem o ranking da consultora.
De acordo com a A&M, o desempenho da banca beneficiou do aumento da margem líquida de juros (NIM), que subiu para 1,25%, à boleia da subida da Euribor. Recorda a consultora que, em meados do ano transato, a taxa diretora do Banco Central Europeu (BCE) passou do negativo para os 3%, o que contribuiu para que a receita operacional (OI) do setor melhorasse para 2,2%.
Quanto à performance dos bancos, o relatório dá conta de uma maior produtividade por balcão de todas as entidades, atribuindo destaque à instituição liderada por Paulo Macedo, que obteve o maior ganho de produtividade em termos de volume de negócios por balcão.
Do outro lado da balança, o custo do risco do crédito mostrou-se em tendência decrescente, tendo reduzido 18 pontos base em relação ao final de dezembro de 2021. O rácio de NPL seguiu o mesmo caminho, diminuindo para 3,16%, fruto do decréscimo dos empréstimos não produtivos, que baixaram 25%, e das atividades de venda de carteiras. A cobertura constituída pelos sete bancos para eventuais perdas provocadas por este tipo de créditos manteve-se estável, acima dos 90%.
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Contudo, alerta a consultora, apesar da redução do malparado, o rácio de NPL das instituições financeiras em causa continua acima da média europeia de 1,8%, permanecendo num nível considerado elevado. Daquele grupo, as entidades com mais empréstimos não produtivos são o Novo Banco e o Crédito Agrícola.
Ainda sobre pontos a melhorar, a análise ao setor bancário português revela que os níveis de solvabilidade diminuíram para 14,72%, sobretudo devido ao pagamento de dividendos e aos programas de recompra de ações, ao passo que os bancos europeus continuam a apresentar valores mais elevados, na casa dos 15%. A Alvarez & Marsal deixa o aviso: “Os bancos portugueses terão de avaliar os seus níveis de solvabilidade e resiliência em comparação com os bancos europeus nos testes de esforço de 2023.”
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