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A Mango está a comemorar três décadas no mercado português. Um marco que a empresa não quis deixar passar em branco, até porque, depois de surgir em Espanha, foi em Portugal que começou a sua expansão internacional. A loja mais antiga, com 30 anos, é a de Cascais e, desde essa altura, a marca já conta com 51 pontos de venda no nosso país.
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“Agora estamos em quase 120 mercados, nos cinco continentes. Portugal foi o primeiro, mas depois foi como se abríssemos um caminho”, diz, ao Dinheiro Vivo, César Vicente, global retail director da Mango. Por cá, a empresa já emprega cerca de 500 pessoas. No ano passado, a marca atingiu 2700 milhões de euros globalmente, o que foi, como afirma César Vicente, “um recorde de vendas no mundo todo”.
E, este ano, a tendência é igualmente de crescimento. Tanto que a faturação dos primeiros seis meses atingiu os 1451 milhões de euros, mais 20% relativamente ao mesmo período do ano anterior. Em Portugal, sem dar pormenores, o gestor apenas releva que as vendas já aumentaram, “pelo menos, dois dígitos”. Com a aproximação da época natalícia, o responsável espera que, globalmente, a marca feche 2023 com “muitos bons resultados”.
O segredo para o sucesso, segundo a empresa, está assente em três pontos – criatividade, sustentabilidade e digitalização – que acreditam contribuir para a adesão dos consumidores. “Queremos diferenciar-nos primeiramente no nosso estilo. Falamos sempre do ADN Mango, que é como se disséssemos que temos um estilo mediterrânico, que é colorido, e isso é muito importante para nós. Temos 500 designers em Barcelona que trabalham no estilo Mango”, reforçou. Um estilo que, apesar de seguir as tendências da moda, é depois traduzido para a linguagem da marca e que a empresa quer manter em todas as suas lojas do mundo. As peças da marca podem ser adquiridas também através da internet.
As vendas online globais da Mango já representam 36% do total – em Portugal rondam os 20% – mas, para César Vicente, a realidade já não é online e offline (lojas físicas) e sim omnicanal. “Porque tudo está relacionado. Isso significa que um cliente pode fazer seu pedido online e também pode devolver seu pedido online. Ou pode fazer uma reserva na loja e tratar de outros assuntos online. A experiência deve ser omnicanal, onde tudo está interligado”, explicou, adiantando que a Mango está também a ligar as suas equipas. “Para que tenham todas as informações, de modo a melhorar a experiência do cliente”.
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Da mesma forma, a empresa está a interligar todos os seus produtos, com alguns projetos como o RFID, por forma a ser possível efetuar o seu rastreamento. A sustentabilidade é também um tópico importante para a marca, de tal forma que conta com uma equipa especializada. “O objetivo principal é reduzir o impacto no meio ambiente. Desenvolvemos vários programas para melhorar a forma de rastrear os nossos fornecedores. Agora somos capazes de acompanhar onde e como estão a produzir nos diferentes níveis da cadeia de valor”, detalhou.
Ao mesmo tempo, a marca quer reaproveitar roupas que por algum motivo não estejam a ser utilizadas. “Lançámos uma coleção cápsula especial de ganga reciclada”, revelou, detalhando ainda que trabalham nos países produtores “para melhorar a vida das comunidades onde estamos”.
Outra forma de aproveitar roupa e gerir a cadeia de valor é nos outlets. Por cá, a marca tem presença em quatro destes espaços comerciais. “Para nós, é uma segunda oportunidade que damos à confeção e é bom para os nossos clientes. Mantemos a qualidade dos nossos produtos e oferecemos uma boa relação qualidade-preço, que é uma oferta realmente muito boa para nossos clientes”.
César Vicente revela ainda que todas as lojas estão a ser remodeladas e/ou renovadas por forma a mostrar a característica mediterrânica da Mango. “Isto também vem para elevar a experiência do cliente. As salas são diferentes, assim como os provadores e os materiais. Estamos a trabalhar com alguns materiais específicos para melhorar também essa experiência. E, claro, os produtos. Tudo é colorido, alegre e tem a ver com celebração”.
O responsável encara o futuro da marca com entusiasmo e diz que, nos próximos anos, gostaria de ver a empresa ser um dos principais players do mercado. “Gostaria de ser a marca preferida dos nossos clientes e a marca preferida dos nossos colaboradores. Significa que seríamos a melhor experiência do cliente e também a melhor experiência do funcionário. Se fizermos isso, os resultados virão.”
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