//Mateus Rosé acelera vendas a caminho do 80º aniversário

Mateus Rosé acelera vendas a caminho do 80º aniversário

2020 fica para a história como o ano em que o mundo parou, mas Mateus Rosé acelerou. Foi um ano “excecional”, em que a marca registou uma performance “extraordinariamente positiva”, registando um crescimento de 5% face ao ano anterior. Em causa estão mais de 21 milhões de garrafas vendidas em todo o mundo, o valor mais elevado das últimas três décadas. Mas Mateus olha já para o futuro. Para o ano, o vinho português mais vendido no mundo comemora o seu 80.º aniversário e está a preparar festa de arromba. Para já, só se sabe que arranca em 2022 e que pode durar até 2023. O que é natural, já que a marca foi criada em 1942, embora os vinhos Mateus Rosé só tenham chegado ao mercado no ano a seguir.

A crise pandémica levou a um “grande aumento” do consumo de vinhos em casa, e levou o consumidor a procurar “marcas conhecidas e valores seguros”, o que favoreceu Mateus Rosé, diz João Gomes da Silva, administrador da Sogrape. O mercado britânico é o exemplo perfeito disso, mas houve outros com performances “históricas”, como França, Alemanha, Itália, Suíça ou Rússia. Neste último caso, as vendas “mais do que duplicaram” em 2020, elevando a Federação Russa ao top 3 dos principais mercados da marca.

Recorde-se que a Sogrape nasceu pela mão de Fernando van Zeller Guedes, em 1942, precisamente com Mateus Rosé, sendo hoje a maior empresa do setor em Portugal. Conta com mais de mil trabalhadores, distribuídos pelas 11 unidades de negócio da empresa em cinco continentes. Conta com mais de 1.600 hectares de vinha plantados em 12 regiões vitivinícolas em Portugal, Espanha, Argentina, Chile e Nova Zelândia, que dão origem a 30 marcas distintas vendidas em 120 mercados. Em 2019, faturou 257 milhões de euros, dos quais 15% foram assegurados por Mateus Rosé. Os números consolidados de 2020 não são, ainda, conhecidos.

Portugal e Reino Unido disputam a liderança nas vendas de Mateus, mas, em 2020, sem turismo em Portugal, o mercado britânico ganhou peso, chegando a 16,5% das vendas totais da marca. Portugal ficou-se pelos 13%.

A “parceria estratégica” iniciada em 2017 com a Liberty Wines e reforçada, dois anos depois, com a aquisição de uma posição maioritária na empresa de distribuição britânica, começa a dar resultados, com Mateus a “recuperar o terreno perdido e a aproximar-se de níveis históricos de faturação no mercado inglês. O brexit era uma das grandes preocupações da Sogrape em 2020, mas, para já, não houve efeitos de maior a relatar. No entanto, João Gomes da Silva considera que ainda é “muito cedo” para avaliar eventuais impactos. “A procissão ainda não saiu do adro da igreja”, diz.

Já em França, Mateus Rosé conquistou a posição do vinho importado mais vendido dentro da sua categoria, resultado do trabalho desenvolvido, desde 2016, com o novo parceiro de distribuição no mercado. Desde 2016, a marca praticamente duplicou vendas em França, indo muito além do tradicional consumo da saudade. “Tudo isto é muito resultado de processos comerciais estruturados e planeados e que demoram anos a produzir efeitos.”