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Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, indicou que os apoios à compra de carro elétrico vão manter-se até ao final da legislatura.
“Este sistema de incentivos tem tido muito bons resultados”, disse. “Aumentámos no início do Governo, aumentámo-los depois para 4 milhões, é isso que está previsto neste Orçamento do Estado (OE) e é isso que muito provavelmente ficará plasmado no próximo OE. Durante esta legislatura esse valor vai manter-se”, acrescentou.
O governante não quis, por outro lado, comprometer-se com o valor do apoio que vai estar inscrito no próximo Orçamento do Estado, dizendo que não pode “antecipar o que vai ser o próximo OE, mas é um apoio justo e muito provavelmente a nossa proposta irá nesse sentido”.
Além disso, o ministro do Ambiente não quis apontar uma data para o fim dos carros com motor a combustão interna. Foi ainda questionado nesta entrevista do Jornal de Negócios e da Antena 1 sobre o facto de Portugal não ser signatário da carta enviada por alguns estados-membros a apelar à Comissão Europeia para que formule um calendário para a transição e, sobre este tema, defendeu que se trata de uma iniciativa irrelevante e adianta mesmo que se trata de “uma quixotice impor uma data”.
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“Não temos nenhuma meta” em Portugal, adiantou Matos Fernandes, frisando que “os construtores automóveis estão já a fazer essa transição e essa transição vai ser feita”.
“Quem falou sobre o tempo limitado que os carros a diesel terão em primeiro lugar em Portugal fui eu. Não sinto necessidade de impor essa data porque a transformação está a fazer-se”, frisou ainda.
Os dados revelados no início de maio pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP) indicam que abril foi o terceiro melhor mês de sempre na venda de automóveis ligeiros elétricos, com um total de 924 carros. A Nissan liderou as vendas em abril nesta categoria, com 194 unidades, recuperando o primeiro lugar no comércio dos automóveis sem emissões, com 334 unidades. O segundo posto pertence à Peugeot, que colocou 72 matrículas no último mês e que neste ano já contou com 322 registos.
A Tesla ficou sem carros registados em abril, tendo descido para a terceira posição nesta tabela, onde conta com 317 unidades. A Volkswagen foi a segunda marca mais vendida em abril, com 109 carros sem emissões, passando para os 238 automóveis nos primeiros quatro meses deste ano.
Compra de carros 40% abaixo dos níveis pré-covid
Entre janeiro e abril, foram comprados 57 422 veículos, número 1,5% acima das vendas no mesmo período do ano passado, mas ainda 39,1% abaixo dos registos de 2019. Ou seja, o comércio de carros ainda só está a pouco mais de 60% dos indicadores pré-pandemia, mostram os dados divulgados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), a 3 de maio.
No segundo confinamento, os concessionários estiveram encerrados entre 23 de janeiro e 14 de março, ou seja, por praticamente dois meses. As portas ficaram fechadas mais tempo do que no primeiro confinamento, cuja proibição vigorou entre 22 de março e 3 de maio.
Sem contar com o coronavírus, é preciso recuar a 2013 e ao segundo ano da troika para encontrar números de vendas no primeiro quadrimestre ainda mais baixos do que os deste ano.
O mercado de carros ligeiros de passageiros, no entanto, ainda não recuperou dos números do ano passado: entre janeiro e abril, foram registos 45.848 veículos com esta tipologia, ou seja, 4,5% abaixo dos números no período homólogo de 2020, com 48.031 unidades. Nas restantes tipologias, os números deste ano já estão acima dos dados de 2020.
Em abril, foram registados 18.112 automóveis, o que compara com os 3803 veículos comercializados no mesmo mês de 2020, o pior mês de sempre para as vendas de carros em Portugal desde que há registo estatístico da ACAP.
As matrículas de carros ligeiros de passageiros atingiram as 14.809 unidades (2749 em abril de 2020) nos ligeiros de mercadorias, houve 2876 registos (948 em 2020); nos pesados de mercadorias houve 345 registos (90 em 2020); nos autocarros, houve 82 compras, menos 16 do que no ano passado.
A Renault foi a marca que mais carros vendeu em abril (1784 unidades, mas a Peugeot – com o segundo lugar e 1676 matrículas em abril – mantém-se no primeiro lugar do ranking de vendas desde o início do ano, com 6270 carros. A Mercedes ocupa a segunda posição, com 4431 registos entre janeiro e abril. A Renault está no terceiro lugar, com 6270 unidades, nos primeiros quatro meses do ano.
No segmento de luxo, nota para a Aston Martin e para a Maserati: neste ano, já registaram nove e oito carros, respetivamente; no mesmo período de 2020, ainda não tinham matriculado qualquer automóvel. A Ferrari também acelerou as vendas, de quatro para seis unidades.
Em ponto morto, a Bentley conservou os nove carros de luxo; a Lamborghini travou, das dez para as seis unidades.
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