Partilhareste artigo
A presidente da Câmara Municipal de Matosinhos disse que a demolição da antiga refinaria da Galp, que arranca na segunda-feira, é o percurso normal e a maneira de o concelho não ficar com um “cemitério industrial”.
Relacionados
“O processo de desmantelamento é o percurso normal que se espera na transformação de todas aquelas parcelas, após o encerramento da atividade de refinação de acordo com as intenções da Galp”, afirmou Luísa Salgueiro aos jornalistas no final da reunião pública do executivo municipal.
Dizendo que o processo está a decorrer de acordo com o que era previsível, a socialista assumiu não querer que o concelho, do distrito do Porto, tivesse um “cemitério industrial” por muito tempo.
E acrescentou: “O objetivo é que nós não tenhamos um cemitério industrial no concelho, uma vez que aqueles [tanques] que estão desativados não são necessários para o abastecimento de combustíveis da região Norte o melhor é não convivermos com instalações que não têm utilização e que são potencialmente poluentes”.
A demolição da antiga refinaria de Matosinhos, no distrito do Porto, que foi encerrada em 2021, vai começar na segunda-feira e terá uma duração de dois anos e meio, anunciou hoje a Galp.
Subscrever newsletter
Questionada sobre se a demolição vem tarde, Luísa Salgueiro considerou que “vem no tempo possível” de acordo com as licenças que foram necessárias emitir quer pela Câmara Municipal de Matosinhos, quer pela Agência Portuguesa do Ambiente.
Já sobre o tempo que o desmantelamento irá demorar, a autarca entendeu ser o “tempo necessário” para que a operação se realize dentro de todas as condições de segurança e de cumprimento das regras ambientais.
“Não se pode acelerar, é preciso cumprir as regras e, portanto, penso que é o tempo adequado”, ressalvou.
O encerramento da refinaria foi comunicado pela Galp em dezembro de 2020 e concretizado no ano seguinte, num processo muito criticado pelas estruturas sindicais.
Em maio de 2021, a Galp deu início a um despedimento coletivo de cerca de 150 trabalhadores da refinaria, chegando a acordo com 40% dos cerca de 400 colaboradores.
A petrolífera justificou a decisão de encerramento desta refinaria com o contexto europeu e mundial da refinação, com os desafios da sustentabilidade e com as características das instalações.
Em fevereiro, a Agência Portuguesa do Ambiente disse à Lusa que uma parcela do terreno da antiga refinaria da Galp em Matosinhos que a empresa pretendia ceder à câmara para a Cidade da Inovação tinha os solos e as águas subterrâneas contaminadas.
A Galp adiantou que era “expectável” que os terrenos onde funcionou a refinaria tenham de ser “objeto de remediação”.
Este ano foi anunciada a instalação de um Centro Internacional de Biotecnologia Azul no local, que contará ainda com a colaboração da Fundação Oceano Azul, depois de ter sido anunciada uma cidade da inovação ligada às “energias do futuro”.
Deixe um comentário