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O grupo MCoutinho cresce no território e desafia as incertezas do setor. A empresa automóvel de Marco de Canaveses acaba de entrar no distrito de Lisboa, após completar um investimento de cerca de 5,5 milhões de euros em período de pandemia e da crise dos semicondutores. Para o próximo ano, a introdução dos carregadores elétricos deverá ser uma das apostas.
António Coutinho é o homem ao volante da empresa. O ex-piloto de ralis cumpre 40 anos de carreira no grupo automóvel e tem tido papel fundamental na sua transformação nos últimos anos. Além da venda de carros novos e usados, a empresa também tem oficinas, centros de colisão, produtos financeiros e ainda lidera no negócio de distribuição de peças.
“Há seis anos, 65% a 70% da nossa margem de negócio vinha do comércio de automóveis; o resto vinha dos serviços”, recorda o empresário ao Dinheiro Vivo. “Entretanto, percebemos que vendem-se menos carros mas há cada vez mais assistências.” O negócio inverteu-se: “Atualmente, os serviços representam 65%” da faturação.
A estratégia atenuou os efeitos da quebra da venda de veículos nos últimos dois anos e assegurou que o grupo poderia cumprir o plano estratégico anteriormente traçado. Nos últimos três anos, a MCoutinho entrou nos distritos de Viseu e Leiria e ainda juntou as marcas Renault e Dacia ao portefólio de vendas.
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A chegada a Lisboa foi possível através da compra das empresas Lisboa Oriente-Comércio de Automóveis e FXP-Comércio de Automóveis (Louresfor). Formalizada na semana passada, a aquisição proporciona a operação com seis marcas automóveis no distrito, distribuídas por 12 pontos de venda e 20 reparadores autorizados.
Ao todo, o grupo MCoutinho passa a empregar mais de mil funcionários em oito distritos: Bragança, Vila Real, Porto, Aveiro, Coimbra, Viseu, Leiria e Lisboa. A faturação esperada para o final deste ano varia entre 250 e 260 milhões de euros e representa um crescimento de 12% a 17% face ao ano passado (volume de negócios de 222 milhões de euros).
A expansão territorial vai estabilizar nos próximos anos e será preciso “fazer crescer o negócio com o mesmo número de pessoas”. O gestor lembra que o comércio automóvel “vive com margens muito apertadas” e que é necessário “apostar na digitalização para sermos mais produtivos e diminuir os erros”.
Ao mesmo tempo, já está em marcha a próxima prova de António Coutinho, com o lançamento de novos serviços. “O grupo tem de evoluir na área da mobilidade e é necessário um grande investimento. Se quisermos estar neste negócio temos de apostar nele rapidamente. Estamos a estudar entrar na área dos carregamentos para automóveis elétricos e até apostar no rent-a-car.”
Apesar da incerteza lançada pela crise dos semicondutores e de uma possível concentração de empresas, António Coutinho lembra que “os concessionários bons vão continuar a existir, desde que saibam tratar bem os clientes. O importante é ter serviços diferenciados para o cliente, seja na posse como na mobilidade.”
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