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Num momento em que a Big Tech despede trabalhadores aos milhares e recua em iniciativas consideradas não essenciais, as previsões de vendas para o mercado da realidade virtual e aumentada foram revistas em baixa. O segmento já tinha tido um desempenho abaixo do esperado em 2022 e agora a consultora IDC corrigiu as expectativas para 2023. O mesmo aconteceu com os mercados de smartphones, computadores e tablets, embora nestes segmentos se esperem quebras efetivas das vendas.
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No caso do mercado AR/VR, as vendas de dispositivos vão rondar 10,1 milhões de unidades em todo o mundo, o que é uma redução em relação ao que se tinha previsto mas ainda assim reflete um crescimento de 14% face ao homólogo. As boas notícias é que a IDC espera uma aceleração das vendas nos próximos quatro anos, com um crescimento anual composto de 32,6%.
“A culpa da redução de expectativas é em larga maioria do clima macroeconómico desafiante, embora não vá afetar todos os fabricantes de igual maneira”, explicou o analista Jitesh Ubrani. “A nova PSVR2 da Sony e a entrada da Apple neste espaço vão ajudar a adicionar volume, enquanto os novos dispositivos da Meta e Pico, esperado para o final de 2023, vão dar momento à realidade virtual em 2024″, analisou.
Na realidade aumentada, algumas marcas com estratégia focada nos consumidores, como as asiáticas Xiaomi, Oppo e TCL, irão aumentar a visibilidade do segmento nos próximos 6 a 18 meses.
Em termos de formatos, as vendas de dispositivos de realidade virtual “standalone” vão sofrer mais em 2023, uma vez que a comparação com 2020 e 2021 – anos em que cresceram bastante – não serão favoráveis. A dependência do calendário de lançamento da Meta também vai influenciar o mercado, visto que a empresa não deverá lançar nada até quase ao final do ano.
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Já os dispositivos que precisam de ser ligados a um computador ou outro equipamento deverão ter percentagens de subida mais positivas, uma vez que praticamente não se venderam em 2022. Isto tanto para realidade virtual como óculos de realidade aumentada.
O analista Ramon T. Llamas frisou que o interesse crescente dos consumidores na realidade aumentada está a modificar o futuro do segmento.
“Historicamente, foram os utilizadores comerciais que lideraram o segmento de realidade aumentada com aplicações de formação e serviço no terreno”, explicou. “Mas com o advento de formatos mais leves, ecrãs mais claros, som mais nítido e mais oferta, os “early adopters” movimentaram o pêndulo na outra direção”, continuou. “Combinado com a popularidade alargada dos dispositivos VR para jogos, a utilização no consumo vai liderar ambos os segmentos, mesmo num momento em que a utilização comercial cresce.”
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