//Mercado imobiliário nacional atrai Nomad Homes

Mercado imobiliário nacional atrai Nomad Homes

Ainda não há uma data fechada, mas a norte-americana Nomad Homes, uma startup tecnológica com foco no imobiliário, vai entrar em Portugal no curto prazo. O objetivo está incluído num plano de expansão para a Europa, Médio Oriente e África (região EMEA), que ganhou pernas para andar depois da Nomad Homes ter fechado uma ronda de financiamento Série A no valor de 20 milhões de dólares (mais de 17 milhões de euros).

Portugal vai entrar no mapa da Nomad Homes devido a um dinamismo e complexidade do mercado imobiliário nacional, mas também devido ao profícuo ecossistema de startups, que, como explicou a CEO e cofundadora da Nomad Homes, Helen Chen, ao Dinheiro Vivo, torna o país num chamariz. Por um lado, a atratividade do país é justificada pela elevada procura de imóveis nos grandes centros urbanos e pela elevada quota de mercado do investimento estrangeiro.

“Portugal é um dos mercados imobiliários mais dinâmicos da Europa Ocidental graças aos incentivos fiscais para compradores estrangeiros e o chamado programa Vistos Gold”, afirmou Helen Chen, referindo que, nos últimos nove anos, os investidores estrangeiros já “injetaram 4,3 mil milhões de euros no mercado imobiliário português, através do programa de residência”. Acresce que os preços dos imóveis no país cresceram 9,2% só nos primeiros três meses deste ano, segundo o Eurostat, registando-se “a maior valorização da região do euro e a maior subida da União Europeia depois da Hungria e da República Checa”. A cereja no topo do bolo para a Nomad Homes é que a capital portuguesa é hoje “a décima cidade europeia mais atrativa para o investimento imobiliário em 2021”, segundo o EMEA Investor Intentions Survey 2021.

“O baixo custo de vida e a elevada qualidade de vida de Portugal têm atraído profissionais e empresas de todo o mundo que, aliadas a um crescimento consistente do setor do turismo, têm levado o preço dos imóveis nas cidades portuguesas a aumentar continuamente nos últimos anos”, acrescentou Helen Chen.

Por outro lado, o território nacional é visto como a cena do momento para empresas de rápido crescimento, como esta proptech norte-americana. “Portugal é atrativo para startups em geral porque o país está a tornar-se cada vez mais um polo tecnológico de renome mundial e é conhecido pelo talento da sua mão-de-obra em termos de hard e soft skills”, realçou a CEO da Nomad Homes. Na questão do talento da mão-de-obra, Chen destacou que “o inglês é amplamente falado”, com o país a ocupar “o quinto lugar no mundo em termos de proficiência em inglês por não nativos, embora os custos de desenvolvimento ainda sejam baixos”.

Outro ponto determinante para o interesse desta startup é o reconhecimento governamental e empresarial da importância do ecossistema de startups. “Portugal está a proporcionar um conjunto de apoios às startups para continuarem a desenvolver a sua perspetiva inovadora”, salienta, lembrando que, desde 2016, só na cidade de Lisboa, “o investimento em startups tem crescido 30% todos os anos, o dobro da média da Europa”.